O projeto Passo Fundo Vai de Bici foi alvo de críticas do vereador Rufa (PP). De acordo com ele, além do alto valor pago, cerca de R$ 35 mil mensais, o contrato não estaria sendo cumprido. Isso porque, apenas uma pequena porcentagem do número previsto de bicicletas estaria circulando, conforme levantamento feito por ele. A Prefeitura, no entanto, garante que a fiscalização do cumprimento do projeto é constante e enfatiza que mais de 26 mil pessoas utilizam o sistema.
Rufa destaca que o contrato prevê a disponibilidade de 100 bicicletas, além de outras dez de reserva. No entanto, um levantamento feito por ele apontou que apenas cerca de 30 estavam disponíveis nas estações. “Estão faltando 70 bicicletas”, pontua. Segundo ele, o mesmo levantamento foi feito há cerca de um ano e já indicava a situação encontrada novamente agora. “Além de ser gasto, não tem as bicicletas da licitação”, argumenta destacando não ser contrário às ciclovias.
Conforme o contrato, o gasto mensal para a manutenção das dez estações existentes na cidade é de R$34.850. Se dividido pelo número de bicicletas contratadas, mais as reservas, esse valor seria de R$ 316,81 por bicicleta por mês. Com base nas informações da Prefeitura, o custo do projeto em relação ao número de usuários é de R$ 1,34, aproximadamente.
Rufa destaca ainda que já fez um pedido de informações ao executivo e que aguarda uma resposta. Além disso, de acordo com ele não foi possível comparar os valores pagos por Passo Fundo com projetos semelhantes de outros municípios, tendo em vista que os modelos são diferentes.
O que diz a prefeitura
Em nota, a prefeitura de Passo Fundo, atendendo a solicitação feita por ON, disse que o sistema de compartilhamento de bicicletas é formulado com as características de cada cidade em especial, sendo bastante difícil fazer comparativos de valores com outros projetos devido às especificações que cada um pode ter. A definição do local de instalação das estações e do número de bicicletas acontece através de análises técnicas que determinam as variantes de cada projeto. Os valores resultantes da licitação foram previamente orçados para fazer a composição do preço à época. O processo foi público e não sofreu qualquer tipo de questionamento.
Ainda conforme a nota, as bicicletas estão em constante manutenção e/ou reposição, conforme previsto no contrato, sendo este serviço uma responsabilidade da empresa licitada. O serviço é fiscalizado pela Prefeitura de forma permanente. “Existem momentos do dia em que, aparentemente, estão disponíveis menos bicicletas, exatamente porque estão sendo utilizadas pelas pessoas ou em manutenção. Também cabe lembrar que ocorrem furtos e atos de vandalismo”, explica.
O Executivo informa que mais de 26 mil pessoas utilizam o sistema em Passo Fundo. Em relação à faixa etária, quem mais utiliza são os jovens de 20 a 30 anos (37,5%), seguidos das pessoas de 30 a 40 anos (29,6%). O sistema informatizado gera relatórios com a frequência de uso e perfil do usuário, o que constantemente vem comprovando a predominância do uso por pessoas de baixa renda. Mais de 60% das pessoas que utilizam o sistema declaram possuir renda de até um salário mínimo.
Sobre a possibilidade de se diminuir o valor investido no projeto ou buscar pacerias, o Exeucutivo informa que se existirem empresas interessadas em patrocinar o sistema, isso é possível.