Se a sucessão de 2018 fosse um parque de diversões, poder-se-ia dizer que começou no carrossel, encontra-se na montanha russa e vai terminar no trem-fantasma. A crise política é inevitável independente do vencedor na arena eleitoral de 2018. A certeza é a de que a frase “eu não sabia” passará à história como a frase-lema do Brasil pós-ditadura. Será lembrada quando, no futuro, quiserem recordar a época em que o país era regido pelo cinismo. Lula usou-a no escândalo do mensalão do PT. Citando-o, o tucano Azeredo repetiu-a no processo do mensalão do PSDB. Alckmin empregou-a no caso do cartel dos trens e do metrô.
Outra situação que fica clara, é que a grande mídia parece não atingir o coração e o senso comum da maioria dos eleitores brasileiros. As denúncias amplamente divulgadas nos anos noventa e que culminaram com o impeachment do Presidente Fernando Collor, encontravam eco na Câmara dos Deputados, em um partido organizado e com uma bancada de deputados federais atuantes e lideradas por José Dirceu, as massas foram para rua e o Congresso Nacional votou pelo impeachment do primeiro Presidente eleito pelo voto direto após a ditadura.
Após aquele episódio, escorado pela grande mídia que promovia capas e reportagens bombásticas contra os governos o PT passou a se constituir como força alternativa de poder e principalmente política no Brasil. Perdeu em 1998 no primeiro turno para Fernando Henrique, porém em 2002, Lula venceria Serra com a propaganda emblemática dos ratos roendo a bandeira brasileira, aquela imagem marcou e tocou o povo brasileiro.
Pois bem, passou-se o governo Lula, e as vésperas da eleição de 2014, estoura um novo escândalo na Petrobras, a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa "é ruim para a campanha à reeleição e para o PT, pois desperta novamente o tema da corrupção a menos de um mês do segundo turno", avalia Kennedy Alencar, em comentário na rádio CBN.
Enfim, a polarização PSDB e PT, sufocou o Brasil e o povo brasileiro, que não encontram nos partidos, uma representação, sensata, transparente e coerente e com os anseios da sociedade, pois não se realizam mais comícios em praças, ruas, e hoje os comícios são em ambientes fechados, onde os registros fotográficos e as filmagens para TV são fechadas para mostrar que não sobra espaço e que o ambiente está cheio.
Chegamos em 2018 e a polarização ao que tudo indica será entre Haddad e Bolsonaro. Para Josias de Souza, Haddad entrou na corrida presidencial com atraso. Revelou-se uma espécie de Usain Bolt (100 m em 9s68). A diferença é que ele corre com as pernas de Lula. Nos comícios, imita a voz de Lula. No primeiro debate presidencial de que participou, ecoou Lula em 100% das respostas. Se eleito, Haddad irá para Brasília. Lula talvez continue em Curitiba, pois deve ser condenado por Sergio Moro em mais dois processos. Ficará no ar uma dúvida: a sede do governo será no Planalto ou na cadeia?
Segundo o Jornalista Josias de Souza, mantido o Fla-Flu, quem não morre de amores pelo capitão nem sonha com a volta da turma do presidiário terá de se posicionar. Muita gente votará em Haddad para evitar Bolsonaro. Outra parte optará pelo anti-PT para esconjurar o preposto de Lula. A preferência será substituída pela exclusão. O Brasil é, hoje, um belo ponto no mapa, ideal para reerguer uma nação. Isso exige união. O problema é que a polarização deve produzir não um presidente, mas um herói vingador que os pára-choques de caminhão xingarão 15 dias depois da posse. Em tempo, quero registrar que não pretendo morar em outro país, nem em outro estado e muito menos mudar de cidade. Respeitarei qualquer resultado, na esperança de que possamos encontrar e paz social e o caminho do desenvolvimento econômico.