O jogo
Impossível não falar sobre eleições. Escrevo no sábado à noite e, portanto, não estou comentando resultados. Acredito que o processo eleitoral, de forma muito abrangente, merece uma leitura despida de paixões. Tivemos um período pré-eleitoral bem diferente dos anteriores, pois além da campanha explícita também funcionaram as redes sociais. Desde o início ficou nítido um forte antagonismo, em duelo direto de duas correntes. Infelizmente, a batalha teve ínfima passagem pelo campo do contraditório, do debate e do esclarecimento. Prevaleceram as mentiras, eufemisticamente chamadas de fakes. Foi uma longa contenda iniciada há mais de um ano pelas redes sociais. Cada publicação feita nos grupos, especialmente pelo WhatsApp, multiplicava-se em proporções geométricas. Ora, as informações corretas foram importantes. O problema foi o repasse compulsório das mais inusitadas mentiras e acusações. Essas mensagens, de cunho criminoso, tiveram propagação incalculável. Isso fez com que o necessário controle sobre a propaganda eleitoral fosse para o espaço. E não faltaram mentiras. A liberdade transformou as redes sociais em células de libertinagem. Uma guerra fria e obscura movida pelo ódio em tom de revanchismos. Mais um capítulo para valorizar os estudos sobre a história política brasileira.
Pênalti
A argumentação política se assemelha muito à paixão futebolística. Para exemplificar, coloco as urnas eletrônicas na marca do pênalti. Nos últimos meses, recebi e ouvi muitas manifestações de desconfiança com o sistema eleitoral, especificamente sobre a possibilidade de fraude através das urnas eletrônicas. Porém, nesta segunda-feira após o resultado da apuração, aquelas pessoas manterão a sua desconfiança? E aqueles que confiavam, agora passarão a desconfiar? Ora, isso depende do resultado! Se for bom para os seus candidatos, a urna será ótima. Caso contrário, será péssima. É o caso do pênalti. A favor do seu time foi pênalti. Contra, jamais. Isso é conduta de torcedor. E torcedor é passional.
Cartão
Pesquisa é uma amostragem, uma ferramenta de trabalho. Pode ter erros, é claro, porém traz o resultado de um estudo. Mas quando o desempenho dos seus candidatos é ruim, os eleitores-torcedores falam em manipulação. Já depois das eleições, em caso de obterem resultados positivos, a suposta manipulação é extinta e sepultada. Já para os perdedores será motivo de desconfiança pós-eleição. Isso é um comportamento tosco de torcedores fanáticos. Dependendo do resultado, responsabilizam as pesquisas eleitorais assim como os árbitros seriam os culpados no futebol. Cartão vermelho para o fanatismo que abafa a razão. Eleição é o exercício fundamental da democracia.
Talk show
Tive o privilégio em participar, ao lado de Oliveira Júnior, do Nani talk show do José Ernani. Foi no aconchegante Porão, ao som de Wagner & Cia, numa aula de música e história. Não faltaram reminiscências radiofônicas e a galera da Medischool vibrou quando falamos sobre Tarso de Castro, O Nacional, Pasquim... Foi show.
Trilha sonora
Por muitos anos na Rádio Planalto, ouvíamos Reflexão com o Padre Paulo Augusto Farina. Ao fundo a música de Bach/Gounod com Paulinho Nogueira: Ave Maria
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