Uma medida importante foi tomada pela direção do Hospital São Vicente de Paulo ainda no final da tarde de segunda-feira (15). Devido a uma superlotação na unidade, as consultas básicas que eram feitas na emergência não serão mais realizadas até que a situação seja regularizada. Mesmo assim, os atendimentos emergenciais seguem sendo feitos normalmente.
De acordo com a vice-diretora do HSVP, Cristine Pilati, é apenas uma situação pontual. Na segunda-feira, 115 pacientes estavam na parte interna da emergência, sendo que havia apenas 35 internados em um espaço com 17 camas e 13 macas. Além deles, outras 40 pessoas aguardavam atendimento na sala de espera. “Não havia mais condições de segurança para realizar os atendimentos. Conversamos com toda a direção do hospital e com os médicos plantonistas para suspender as consultas e não os atendimentos de emergência”, contou a médica.
Na prática, a emergência continua funcionando para pacientes em situação urgentes e mais graves. A mudança temporária afeta apenas as pessoas que procuravam a emergência para atendimentos que não deveriam ser realizados neste setor do HSVP. As consultas de ambulatório, como são conhecidas, podem e devem ser feitas nas Unidades de Saúde (UBS), Cais e no Hospital Municipal.
Ainda não existe um prazo, mas assim que a situação for regularizada, as consultas voltarão a ser feitas na emergência até o final do mês de outubro. Ontem, o número de 115 pacientes diminuiu para aproximadamente 70. “As pessoas precisam entender que podem estar tirando o lugar de um paciente com caso mais grave. Pode ser um familiar seu, meu, ou de qualquer família”, explicou Cristine.
Há alguns meses a direção do hospital já debate com a Secretaria de Saúde e Prefeitura a ideia de realizar apenas atendimentos em pessoas com risco de vida na emergência. A mudança, de forma definitiva, deve ser colocada em prática já no começo do mês de novembro. “Precisava ter um concurso, uma organização da rede. A prefeitura abriu outro concurso para médico e deve sair daqui há alguns dias”, completou a vice-diretora do HSVP.
Quem pode usar a emergência?
Pessoas que apresentam sinais de risco de vida, como mal súbito, vítimas de acidente de trânsito, dor torácica muito intensa, suspeita de infarto ou derrame, perda de força em algum membro, hemoragia digestiva, em coma ou que sofreram quedas elevadas.
Consultas de ambulatório:
Pessoas com problemas que não sejam graves e urgentes devem buscar atendimento nos CAIS, UBSs e no Hospital Municipal.
Reunião
O vereador Saul Spinelli (PSB), que solicitou uma reunião com o HSVP, por meio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, também confirma que muitos dos atendimentos que hoje são prestados no HSVP poderiam ser realizados nas unidades básicas de saúde do município, o que ajudaria a diminuir a demanda no setor de emergência. Segundo ele, a Secretaria Municipal de Saúde e o HSVP estão em tratativas para organizar que atendimentos que não se caracterizem como sendo de urgência e emergência, sejam prestados nos Cais e UBSs. Conforme dados apresentados no encontro, cerca de 80% dos atendimentos prestados não requerem internação ou atendimento ambulatorial. “Esse atendimento que ora está sendo feito na emergência, deveria estar sendo feito nas unidades básicas de saúde”, reitera o vereador. Spinelli informou ainda que está em fase final de inscrição a seleção para contratação de médicos para complementação de equipes. Pela Câmara, participaram da reunião, na manhã de ontem, os vereadores Beto Toson, Alex Necker, Luis Miguel Scheis, e Eloi Costa.
Hospital Municipal
Para o diretor administrativo do Hospital Municipal Dr. César Santos, Diego José Radaelli, a situação do Hospital São Vicente é preocupante, uma vez que parte dessa demanda que deixará de ser atendida lá precisará buscar outras formas. No Hospital Municipal, o pronto atendimento funciona durante 24h e embora, mantenha equipe completa, os pacientes poderão ter de esperar mais por atendimento. Diariamente são prestados cerca de 150 atendimentos no pronto-socorro, no qual, durante o dia, seis médicos se revezam para prestar atendimento. No entanto, devido às características do hospital, apenas atendimentos de baixa complexidade podem ser feitos.