A cevada está entrando na fase final do seu ciclo desenvolvimento, período considerado crítico para a determinação da produtividade da cultura. As chuvas das últimas semanas causam apreensão aos produtores, uma vez que o excesso de umidade pode prejudicar a qualidade do grão. Grande parte da produção da região é transformada em malte na maltaria da Ambev de Passo Fundo que posteriormente abastece quatro unidades cervejeiras da companhia.
A maltaria de Passo Fundo produz cerca de 135 mil toneladas de malte do tipo pilsen por ano e movimenta, no Estado, um montante de aproximadamente 1,5 mil famílias de agricultores. O processo de malteação, conforme explica o gerente de processo da Maltaria Dilceu Eber Hardt, segue o processo natural de germinação do grão, porém, em um ambiente controlado para proporcionar as características necessárias. Dividido em três etapas, o processo engloba a maceração, onde é fornecida a umidade para ativar a germinação do grão. A germinação é um processo que dura cerca de três dias e meio, e, por fim, o malte é secado e pode ser armazenado por até dois anos, garantindo a qualidade necessária para a produção de cerveja.
Para cada tonelada de malte produzido são utilizados cerca de quatro metros cúbicos de água. No início da operação da maltaria em Passo Fundo esse volume era de cinco metros cúbicos. A diminuição do uso se deve ao aperfeiçoamento das técnicas utilizadas no processo. A água utilizada é proveniente de poços artesianos e, após ser utilizada, passa por um tratamento biológico para poder ser devolvida à natureza em condições de potabilidade.
A cevada produzida na região de Passo Fundo corresponde a cerca de 50% a 60% do total utilizado pela maltaria, mas ainda é possível aumentar a produção local. O malte produzido aqui é utilizado para a produção de diferentes tipos de cerveja nas unidades de Lajes, São Paulo, Anápolis e Guarulhos, da Ambev. Para este ano, a empresa ainda não tem dados conclusivos relacionados à qualidade e à produtividade da cevada na região de Passo Fundo, embora espera que possa haver uma queda em ambos os aspectos em função das condições climáticas do final do ciclo.
Cevada no Estado
Conforme dados disponibilizados por meio do Informativo Conjuntural da Emater RS, as lavouras de cevada estão em ponto crítico em relação à definição do potencial produtivo final. As maiores áreas onde predominam as fases de enchimento dos grãos e maturação final estão prejudicadas pelo excesso de umidade das últimas semanas, elevação da temperatura e dias nublados, favorecendo o aparecimento de doenças fúngicas como ferrugem, helmintosporiose e giberela. Os tratos culturais específicos foram feitos; resta realizar ainda na maioria das lavouras tratamento fúngico para proteger a folha bandeira e as espigas das plantas. O potencial produtivo da cevada até o momento permanece de regular a bom.
Clima
Até o dia 24 de outubro o Estado deverá ter temperaturas amenas, de acordo com o Boletim Meteorológico Semanal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação. Até segunda-feira (22), o tempo permanecerá firme em todas as regiões. A presença de uma massa de ar seco manterá as temperaturas amenas no período noturno e com valores mais elevados durante o dia. Na terça-feira (23), o ingresso de ar quente e úmido favorecerá o aumento nebulosidade, com temperaturas próximas de 30°C e possibilidade de pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Na quarta (24) e na quinta-feira (25), as instabilidades se afastarão e o tempo seco predominará em todo o estado.
Ação especial
Em comemoração aos 130 anos da marca Brahma, a Ambev organizou uma atividade especial em Passo Fundo. Um Dia de Campo reuniu, nesta semana, mais de 350 produtores, distribuidores e cooperativas parceiras para celebrar o começo da temporada de colheita da cevada, considerada a alma da cerveja, e discutir as melhores práticas para a produção do grão e aumentar a produtividade do cultivo. Além disso, uma ação nas redes sociais busca responder as dúvidas dos consumidores sobre tudo que envolve o processo de fabricação da cerveja. Todas as perguntas das pessoas têm sido respondidas?pelos funcionários – mestres cervejeiros, agricultores parceiros e agrônomos?da Cervejaria?–, em tempo real, nas redes sociais da marca, seja no Facebook, Twitter ou Instagram.