Buscando proporcionar uma experiência teatral construída a partir de referências pouco ou não trabalhadas em escolas e cursos de teatro, o projeto Sesc Dramaturgias traz a Passo Fundo a oficina “Negro Olhar”. A atividade gratuita é alusiva ao Mês da Consciência Negra. Usando danças de matriz africana como ferramentas para trabalhar a expressão corporal, a atividade propõe uma leitura diferenciada de como o corpo cênico pode falar, interpretar e se expressar em cena através de um olhar mais abrangente sobre as possibilidades de representação a partir de referências afrocêntricas. A atividade acontece no município entre os dias 12 e 15 de novembro, das 17h às 22h30min, no Sesc Passo Fundo (Avenida Brasil, 30). Inscrições de 22 de outubro a 9 de novembro pelo telefone (54) 3313-4318.
O Sesc Dramaturgias é um projeto estratégico de formação, experimentação e intercâmbio artístico e cultural, que busca fomentar e pesquisar possibilidades de dramaturgia do corpo no circo, na dança e no teatro. O projeto é realizado em parceria com o Sesc Nacional. Voltada para estudantes de teatro, atores, bailarinos e contadores de história, a oficina sugere uma construção de personagem a partir da visão de mundo Bantu, maior tronco linguístico do continente africano e responsável por grande parte das referências de matriz africana no Brasil, onde tudo está interligado: corpo material e corpo sensível.
Na atividade, a atriz e coreógrafa Tatiana Tiburcio trabalha interpretação e expressão corporal, propondo um caminho para preparação do ator, apoiado na ancestralidade africana. Tatiana é formada pela Escola de Teatro Martins Pena e integrou durante quatro anos a Cia dos Comuns (RJ). É idealizadora e coordenadora do projeto “Negro Olhar – ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros”, que aconteceu no Rio de Janeiro entre 2007 e 2010. Trabalhou como pesquisadora e assistente de produção do programa “O bagulho é doido”, apresentado pelo Rapper MV Bill no Canal Brasil. Na televisão, atuou em minisséries e novelas da Rede Globo e, pela Cia Amok Teatro, foi indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz/ 2015, além de receber o prêmio Questão de Crítica 2016 na categoria Direção de Movimento/ Coreografia pelo espetáculo “Salina – a última vértebra”.
No campo da música, o trabalho visa desenvolver um diálogo entre corpo, musicalidade e interpretação, fazendo do canto uma voz para quando a palavra só não basta, tal qual ocorre nas narrativas dos griots africanos O canto toma forma de narrativa, com orientação de Fábio Simões Soares, responsável pela musicalização e percussão do Amok Teatro; diretor musical do espetáculo “Salina – a última vértebra” e criador de instrumentos africanos como Imbira, Gojê, e N’goni. Fábio também é pesquisador de ritmos africanos e afro-brasileiros. Informações sobre inscrições podem ser obtidas junto às Unidades que recebem a oficina. Confira a agenda abaixo.