OPINIÃO

Precisamos ser competitivos

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O Brasil caiu três posições no ranking que avalia a competitividade de 140 países, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral. O Brasil se mantém entre os países com baixa capacidade de sustentar o crescimento e promover a melhoria das condições de vida da sua população ficando na 72ª posição no novo índice de competitividade internacional. Em 2018, na celebração do 40º aniversário do relatório internacional de competitividade, o Fórum Econômico Mundial (WEF) promoveu uma mudança significativa na metodologia que avalia as condições competitivas de 140 países.


Na nova metodologia fatores como inovação, flexibilidade e capacidade de se adaptar às mudanças passam a ser determinantes para a competitividade de um país. A equipe do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral parceira do WEF desde 1996 analisa estas alterações metodológicas assim como seu impacto para as estratégias e políticas publicas necessárias para alavancar a capacidade competitiva do Brasil a partir de 2019.


Apesar das mudanças metodológicas os países que lideram o ranking se mantêm os mesmos com algumas pequenas mudanças de posição entre os 10 primeiro colocados. Estes países se destacam não apenas na pontuação geral, mas também a capacidade do seu capital humano (90,7 pontos) e a estabilidade de suas economias (91,8 pontos).


Na nova metodologia a liderança do ranking passa a ser ocupada pelos Estados Unidos, seguido por Singapura e Alemanha, países que ocupam posições de destaque nos rankings de competitividade independentemente das metodologias utilizadas.
Os EUA se destacam com 85,6% pontos ficando em primeiro lugar em 3 dos 12 pilares pesquisados: Dinamismo empresarial (94,1 pontos), Sistema financeiro (92.1) e Mercado de trabalho (81,9). Segundo lugar nos pilares de Tamanho do mercado, perdendo apenas para a China, e Ecossistema de inovação, atrás apenas da Alemanha.


Na nova metodologia de avaliação da competitividade global o Brasil aparece na 72º posição no ranking mundial, perdendo três posições em relação a 2017. Apesar de ser a maior economia da América do Sul o potencial de competitividade do país persiste subexplorado o que pode ser observado no gráfico abaixo o qual compara a situação brasileira nos doze pilares com os Estados Unidos da América, melhor colocado no ranking geral, e com o Chile melhor colocado na américa latina (33º).


O Brasil chega este ano o 40º lugar mundial na capacidade de inovar (47,8 pontos), o que se deve a qualidade de seus institutos de pesquisas (14º lugar com 57,26 pontos), um elevado número de publicações (23º lugar com 91,2 pontos) e um gasto percentual do PIB elevado com pesquisa e desenvolvimento (33º lugar com 38,9 pontos).


Apesar de acompanhar os indicadores latino?americanos, o país carece de uma política direcionada à competitividade e a sua preparação para a nova realidade econômica e tecnológica. Os piores indicadores do país ainda se referem à funcionalidade de suas instituições, às infraestruturas e ao marco regulatório que rege as atividades produtivas e o trabalho.


Há uma clara estagnação desses pilares. De forma ainda mais crítica, o país envolto em um ambiente politico e econômico estagnante não tem dedicado recursos e energia para promover o desenvolvimento da sua força de trabalho de forma compatível com as demandas deste século, nem investido em tecnologias, empreendedorismo e inovação nos níveis compatíveis com o que está acontecendo no resto do mundo e com a necessidade do país e de sua população que busca oportunidades de crescido e de melhoria das suas condições de vida para as gerações presentes e futuras.

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