OPINIÃO

Joachim frustrou nazismo

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O engenheiro norueguês Joachim Ronnemberg, que faleceu nesta semana, aos 99 anos, é reconhecido como herói da última guerra mundial. Após a invasão nazista da Noruega, Hitler (1940) iniciou a produção de água pesada para a fabricação de bomba atômica. A captação do hidrogênio pesado era feita na usina de Vemork, complexa represa de água onde se concentrava o projeto genocida. O potencial destrutivo da bomba em produção era a maior ameaça à humanidade. Ele, comandando equipe, explodiu a usina em 1943, embora a estrutura estivesse fortemente guarnecida pelos nazistas. Ronnemberg foi lembrado em várias obras cinematográficas, em especial no filme Os Herois de Telemark, com Kirk Douglas, Richard Harris, Eric Porter, entre outros. Um clássico formidável é digno de ser assistido e revisto. Ainda que os USA viessem a lançar a bomba mais tarde, os alemão estavam mais adiantados. A explosão da hidrelétrica frustrou os nazistas. O combate ao horror fundamentalista de Hitler exigiu façanhas salvadoras. Não fosse o gesto de Ronnemberg a humanidade seria dizimada na sua quase totalidade. Vale a homenagem ao herói que afastou o perigo e também como reforço de reflexão no combate à cultura de ódios sempre ameaçadores à paz social. Infelizmente há núcleos de rancor vagando em nosso país, que precisam ser debelados.

 

Mais pontes
A maravilha da engenharia chinesa, a ponte marítima de 55 quilômetros que liga Hong Kong a Macau e China continental, revela o lado útil e alta tecnologia da humanidade. A ligação faraônica mostra como é possível equacionar problemas, logo num país visto por alguns como nação de crise. E parece que o mundo precisa mesmo é de mais pontes e menos guerra.

 

Jornalista
Ouvindo comentário na TV, chamou-nos atenção a ênfase do comunicador da Capital, que se referiu ao assassinato do jornalista Jammal Khaschoggi, como um grave esquartejamento. Impossível imaginar um “leve” esquartejamento. Fora o solecismo causado pela ausência de maiores informação do comunicador, observa-se a má vontade do presidente Trump em reconhecer o crime denunciado em todo o planeta. Acontece que os interesses dos Estados Unidos e Arábia Saudita estão no meio do assassinato contra o jornalismo e contra a humanidade. Nisso, Trump demorou a admitir o que o mundo já sabia. A venda de armas aos sauditas rende bilhões de dólares. O interesse pelo petróleo vem logo em seguida.

 

Censura
O jornalista Juremir Machado diz que foi censurado, impedido de perguntar ao candidato Bolsonaro. Houve protesto da categoria.

 

Armas
Fabricantes de armas têm visto com entusiasmo o crescimento abrupto do setor. É a indústria que mais cresce entre nós. Não é difícil imaginar a causa desse sucesso no meio da crise brasileira.

 

Convertidos

As diferentes e inusitadas formas de perseguição a determinados segmentos de mobilização popular, mediante uso de violência, parecem rescaldadas. As ameaças com armas de fogo em público, incitação à truculência contra o poder judiciário não foram bem recepcionados na campanha eleitoral. Alguém alertou que o santo é de barro. Mais devagar! A campanha presidencial produziu arrependimentos. Até pedidos de desculpa em público e suavidade no tom da voz. É uma espécie de conversão do rancor. De um lado os que não querem perder a eleição pelo excesso de estupidez e ódio. De outro lado, os que reconhecem erros cometidos no comando do poder e que devem ser assumidos. Ainda que persistam artimanhas já conhecidas na disputa, o debate obrigou ambos os lados a uma conversão.

 

Democracia
Quando se fala em ameaça à democracia, as pessoas sabem do que se trata. Recentemente o Supremo Tribunal Federal manifestou-se a respeito da vergonhosa pregação do filho de Bolsonaro. É bom lembrar o que dizia o tresloucado imperador Calígula, em suas alucinações ao comandar Roma: “o que se diz se faz!” Ameaçar o fechamento do Supremo, mesmo que sejam apenas “parole” - não pode ser brincadeira plausível, como diz o ministro decano, Celso de Melo.

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