Acampamento da criança com Diabetes promove qualidade de vida e autocuidado

Crianças aprendem sobre alimentação e autocuidado

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Sentados em uma mesa, Guilherme Venancio Melo, nove anos, Sananduva, Luis Augusto Scartazzini, nove anos, Passo Fundo e Isabela Barea Previatti, oito anos, Passo Fundo, comentam com euforia a atividade realizada a minutos antes durante o Acampamento da Criança com Diabetes. Em um papel escreviam a avaliação da atividade. Em todos, o muito bom era unânime, e é com estas mesmas palavras que os pequenos respondem, quando são perguntados sobre o que acham do Acampamento.

 

Guilherme e Isabela participam pela primeira vez do projeto e Luis pela segunda. “Estou gostando muito do Acampamento. Na minha cidade sou a única criança com diabetes, então aqui conheci outras. Aprendi também sobre alimentação, zero açúcar e tem muitas brincadeiras”, conta Guilherme que convive há um ano e quatro meses com a doença. Para Luis, o melhor do acampamento são os amigos. “A Isabela vai estudar comigo, estou muito feliz porque vou ter mais uma amiga”, relata empolgado.

            

A maturidade e naturalidade com que as crianças comentam sobre a doença e as oficinas do Acampamento também é algo que impressiona. “Foi muito bom aprender sobre a contagem dos carboidratos, porque a gente precisa ver quanto vai comer para fazer a insulina. Também vimos que podemos comer de tudo, que só precisa ter o controle”, comentou Isabela que convive desde maio com o diagnóstico. Ainda, Luis conta eufórico sua experiência de autocuidado durante uma trilha realizada no Acampamento. “Eu medi a glicose e já apliquei a insulina. Tudo ali no meio da caminhada”.

 

Esses relatos mostram a importância da 6ª edição do Acampamento da Criança com Diabetes, projeto realizado pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, Universidade de Passo Fundo (UPF) e Lions Clube distrito LD-7, onde, durante quatro dias, 60 crianças e seus acompanhantes vivenciam experiências de aprendizado, educação, convivência e autocuidado, que visam trazer mais qualidade de vida e autonomia para as crianças com diabetes. Entre brincadeiras, oficinas teóricas e práticas e com muita ludicidade, temas relacionados à saúde e à nutrição, beleza, fotografia, computação, saúde bucal entre outros são disponibilizadas para os pais e crianças.

 

A Assessora de Saúde do Distrito LD7 e médica do HSVP, Dra. Miriam Trombini, idealizadora do projeto, destaca que o que era um sonho, tornou-se realidade e a cada edição ajuda mais crianças. “Esse projeto visa a qualidade de vida, a interação com a sociedade, busca que as crianças saibam que podem fazer absolutamente tudo, ter a profissão que desejaram, porque o diabetes não impede nada. Através do autocuidado, mostramos que é possível sim, uma vida saudável e com qualidade”, ressalta a médica, que se orgulha ao ver hoje, as crianças que há cinco anos participaram do primeiro Acampamento. “Nós acompanhamos o crescimento deles e vimos como esse projeto fez diferença. Hoje, eles são monitores e exemplos das crianças menores”.

 

Além do Acampamento realizado anualmente, o projeto realiza encontros três vezes ao ano, onde crianças menores que cinco anos e maiores de 12 podem participar e aprender junto com profissionais, famílias e as crianças. “Tivemos um crescimento grande no número de crianças e isso é fruto do trabalho e da repercussão que o projeto tem dado na vida deles. Temos relato de quanto isso tem impacto na vida das famílias, tanto que, já temos estudos sendo realizados na UPF sobre isso”, evidencia a coordenadora do Acampamento, professora Mônica Krahl, enaltecendo ainda, a programação intensa, com atividades variadas com diversos cursos da UPF.

 

O presidente da comissão de Humanização do HSVP e apoiador do Acampamento da Criança com Diabetes Luis Dal Magro, comenta que o projeto visa a qualidade de vida das crianças e suas famílias e que o hospital participa, pois, tem isso em sua missão, presar pela qualidade de vida das pessoas. “O hospital foi criado de uma grande necessidade da comunidade e tem no seu DNA esse respeito pela vida e o acampamento traduz isso. Participamos desde a primeira edição como responsáveis de toda a alimentação durante o Acampamento. Além disso, temos oficinas com as nutricionistas e caso alguém precise de atendimento o Pronto Socorro está preparado para isso”.

 

Qualidade vida e mais tranquilidade é o que a mãe do Guilherme encontrou no Acampamento. Ela conta que o diagnóstico foi um choque e a preocupação é muito grande. “Estamos aprendendo bastante sobre alimentação, contagem de carboidratos e vendo a experiência de outras famílias. Com certeza participar destes quatro dias de atividades trouxe mais tranquilidade e preparo para enfrentar e controlar a doença”.

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