OPINIÃO

Fatos 26.10.2018

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Cacos
O presidente eleito no domingo terá uma tarefa crucial para o bem da Nação: juntar os cacos, se é que isso será possível. O Brasil está dividido, não só entre um candidato ou outro, mas pelo ódio. Nunca uma campanha eleitoral foi tomada de tanta raiva, o que nos leva a uma certeza absoluta: independentemente de quem vencer, não seremos mais os mesmos a partir de segunda-feira, 29 de outubro de 2018. Aprendemos muito sobre muitas coisas, mais sobre nós mesmos e as pessoas que nos cercam. Não olharemos e nem seremos vistos da mesma forma. Houve uma ruptura e rupturas deixam marcas profundas. Foi uma campanha do medo que calou boa parcela da sociedade e onde a opinião do outro foi ameaçada. Ameaças que se espalharam pelas redes sociais escrachadas sem que fossem coibidas com o devido rigor legal. E o pior, as instituições que deveriam garantir o Estado Democrático de Direito não demonstram controle. Nunca se desejou tanto que uma campanha eleitoral terminasse logo. Nunca, tantas pessoas adoeceram pelo sofrimento de não conseguir argumentar. Nunca vimos tanta gente cega numa histeria coletiva defendendo o indefensável. Mas, tiraremos lições disso tudo. A que preço? Bom, o tempo será implacável e eu temo pelo resposta.


Redução
O reducionismo do debate político ao antipetismo embretou a sociedade no pior cenário dos últimos tempos. Tinhamos 13 candidatos à presidência da República, e alguns com boas possibilidades de gerir o país. A confissão feita por um político, esta semana, à colunista, em tom de brincadeira é o sentimento de muitos cidadãos: “Acho que vou votar no Ciro de novo. É a eleição entre o terror e o pânico”, disse. Poderia ser o Amoedo, o Meirelles e até o Alckmin...


Ameaça
Outro político revela que o voto em Bolsonaro é condicional. “Se eleito, e se não atender as demandas, aprendemos como tirar um presidente”, disse, referindo-se ao impeachment de Dilma Rousseff. Numa democracia, sim, é possível. Mas só em uma democracia!


Proibição
E as proibições de atos políticos pelo país seguem a todo o vapor com anuência da Justiça que afirma aos quatro cantos que as instituições estão funcionando. A Justiça Eleitoral de Erechim acolheu nesta quinta-feira, 25, o pedido do Ministério Público Eleitoral, proibindo a realização do evento político-eleitoral previsto para ontem à noite na Universidade Federal Fronteira Sul, sob pena de crime de desobediência. O evento era organizado pelo DCE Resistência e denominado de “Assembléia Geral Extraordinária contra o Fascismo, a Ditadura e o Fim da Educação Pública”. Esta semana, também a Justiça Eleitoral proibiu o ex-governador Tarso Genro de falar sobre fascismo na URGS.

 

Humanidade
E para não ficar qualquer dúvida: rechaço com todas as minhas forças qualquer ato de preconceito, homofobia, machismo e violência. Quem compactua com crimes como estes não tem ideologia é desumano.

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