O presidente da União das Associações de Moradores de Bairro de Passo Fundo (Uampaf), Luis Valendorf, está em sua quarta gestão à frente da entidade. A Uampaf, reúne mais de 100 lideranças, e está envolvida diretamente nas ações de melhorias em diversas áreas da vida das pessoas. Em entrevista, Valendorf destaca as conquistas e os desafios e conquistas da entidade nestes primeiros meses de nova gestão, que se iniciou em março.
Quais as principais ações da Uampaf nos primeiros meses desta nova gestão?
Luis Valendorf - A Uampaf está se organizando, organizou os estatutos e colocou em dia a parte documental, que está organizada. Estamos preparando, para o início de janeiro, o campeonato de futebol entre as associações de moradores, que envolverá crianças e adolescentes. A Uampaf retornou a todos os conselhos municipais e acredito que seja a única entidade de Passo Fundo que tenha representação em todos os conselhos municipais. Só no conselho de saúde temos cinco representantes. Também estamos construindo pautas de interesse da comunidade e das associações. Temos muita coisa pra fazer ainda.
Qual exemplo prático destas atuações nos conselhos?
LV - Uma delas é o aumento de passagem que no Conselho dos Transportes fomos contra o valor das planilhas apresentadas. Outra é a questão da volta do BOE da Brigada Militar para o município, fiz o diálogo pessoalmente com o Governador Sartori. Na questão da saúde, cobramos no Conselho, através dos nossos conselheiros, a falta de médicos; e na Corsan defendemos obras solicitadas pelas filiadas e ainda fortalecimento do Consepro.
E como as associações estão conseguindo se organizar e planejar o trabalho?
LV - Os presidentes de Bairro são todos não remunerados, fazem voluntariamente o trabalho, e sempre que é possível as associações as melhorias necessárias para a comunidade, mas depende do poder público municipal que é quem tem a responsabilidade de fazer as obras. Às vezes não conseguem resolver tudo que é preciso.
Como se dá essa relação com o poder público?
LV - Muitas coisas foram feitas e outras não. Os presidentes e as entidades cobram. O papel da associação é reivindicar, fazer os pedidos, e isso está sendo feito. Os presidentes de bairro são incansáveis nessa luta de melhorar o bairro e defender a comunidade e muitas vezes não são entendidos pelo poder público e muitas vezes nem pela comunidade. O presidente luta pelas obras na comunidade, luta muito, e quando vai a obra pro bairro aparece um monte de gente querendo ser o ‘pai da criança’, mas esquece que o presidente foi fundamental. Não tenho dúvida de que a maioria das obras que têm em bairro como escolas, ambulatórios, iluminação, todas tem a mão do presidente de bairro e da associação de moradores.
Quais são os principais pedidos das associações nas reuniões mensais?
LV - Tem sido o atendimento de demandas levantadas pelas lideranças e que nem sempre andam no ritmo que a comunidade deseja. Limpeza de bueiros, asfaltamento, corte ou poda de árvores e, ainda, iluminação. Falta, na minha opinião, uma programação combinada com a Associação de Moradores. O que desejamos é uma programação que garanta ao presidente que sua comunidade será atendida e ainda que quando o serviço seja feito se organize uma agenda com a entidade comunitária, eleita pela comunidade e que trabalha gratuitamente por Passo Fundo.
Como fazer com que isto seja resolvido?
LV - Os secretários estão indo nas reuniões mensais quando convidados, mas as Associações querem agendas com o prefeito Luciano Azevedo , por isto acertamos com ele e ainda com o CAB a descentralização de atendimento com reuniões regionais, acredito que isto irá melhorar.
Quais são os principais desafios e demandas do município?
LV - Uma das questões fundamentais que temos falado há tempo é a questão da saúde. Temos que melhorar cada vez mais e a associação clama muito por contratação de mais médicos, atenção especial aos pediatras, especialistas, infelizmente alguns especialistas demoram seis meses a um ano para fazer um exame. Também reivindicamos a criação de mais vagas na educação infantil. Temos de lutar para que a escola infantil seja em tempo integral. Não adianta só meio turno se o pai e a mãe trabalham o dia inteiro. Porque os pais vão ter que pagar alguém para ficar no restante do dia. Estamos preparando uma reunião com o prefeito para discutir esses encaminhamentos da saúde e também esse pedido de as escolas atenderem em tempo integral.
Hoje, também, está difícil encontrar campos de futebol para que as crianças e adolescentes possam utilizar. Estamos tentando rever esses espaços nos bairros e vilas. Com o passar do tempo, eles foram terminando. Havia muitos campos e hoje não mais. Sumiram esses espaços de lazer. Foram construídas praças e outros espaços, mas esses campos não existem mais. Estamos articulando também ações de prevenção com a UFFS para os bairros.