OPINIÃO

Curtas

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

33 anos depois de sua morte, Orson Welles tem um novo filme estreando nos cinemas. "The Other Side of the Wind", lançado aqui em tradução literal, começou a ser filmado na metade dos anos 70 com o diretor-ator John Huston no papel principal e até o começo dos anos 80 ainda estava em um imbróglio produtivo como era de praxe na carreira de Welles. Morto em 1985, pensou-se que a obra ficaria relegada ao esquecimento. A NETFLIX entrou na jogada e, sob supervisão do produtor Frank Marshall e do icônico diretor Peter Bogdanovich, mais de 1000 rolos de película foram restaurados. O filme é um exercício de metalinguagem que resume a própria carreira de Welles, presente no personagem principal, um diretor que volta de um semi-exílio e, por sua visão criativa complexa e caótica, tem dificuldades para concluir a obra, chamada "O Outro lado do Vento". A narrativa do filme se divide entre o processo de filmagem e o filme em si, com uma metalinguagem violenta - é o que me dizem alguns conhecidos que já viram o filme - alternando entre esses dois polos. O recurso, aliás, é típico de Welles, um diretor tecnicista e extremamente afeito ao formal - e que para muitos caprichava na forma como se dizia, mas no no que se dizia.

Para quem quiser conferir o quanto do Welles de clássicos como Cidadão Kane ou A Marca da Maldade estão presentes em sua obra perdida, a NETFLIX disponibilizou ele no começo de novembro.

***

Ainda falando em NETFLIX, a companhia divulgou novo trailer do live action de MOGLI.  Aliás, mais um. Há três anos, o diretor Jon Favreau (de AVENGERS) entregou uma live-action caprichada baseada na obra de Kipling, que lucrou muito em todo o mundo. Inexplicavelmente, a NETFLIX achou que a história - que já virou filme e desenho inúmeras vezes - achou que três anos era tempo suficiente para uma nova produção. Estreia no dia 7 de dezembro e - trailers, eu sei, não bastam pra falar de um filme - parece carregar no CGI para tentar humanizar seus personagens animais. Talvez até demais.

***

Para quem é fã de um dos mais icônicos personagens do cinema, ROCKY BALBOA, guarda a data de 24 de janeiro. Será a estreia do oitavo filme com o personagem, CREED 2. Mesmo sem a presença de Ryan Coogler, diretor que criou e vendeu a Stallone a ideia de CREED, filme que fez muito sucesso (merecidamente) em 2015 e ressuscitou um personagem que já havia encerrado sua trajetória com um ótimo filme (o sensível e nostálgico ROCKY BALBOA) os fãs do personagem estão ansiosos. Se o primeiro filme focava em dois fracassados se apoiando para uma volta por cima (de forma indireta, a base do primeiro filme da trilogia) o segundo filme parece dedicar um espaço merecido a um personagem icônico, o boxeador Ivan Drago.  Como diz um conhecido fã da série, sempre houve a dúvida de como teria sido a vida de Drago após os eventos de Rocky IV. Aqui, os dois filhos de Apollo e Drago se encontram, décadas depois, para uma luta que relembra o confronto do início do quarto filme em que Apollo Creed morre no ringue. Roteiro aparentemente banal, sim, trama de acerto de contas e afins, mas se um pouco do dedo de Coogler estiver envolvido ou sobrando do primeiro filme, a promessa é de um filme digno do personagem principal e sua iconografia no cinema americano. O primeiro CREED também era, aparentemente, banal, e se saiu muito melhor que o esperado.  A data é 24 de janeiro. 

***

Parafraseando um conhecido: existem roteiros ruins, existem roteiros medíocres, e existe o roteiro de HOUSE OF CARDS Sexta temporada. 
Em tempo: vi metade dos episódios até agora, mas se o nível continuar o mesmo até o final, é prova cabal de que já passou da hora da série encerrar, ou a lembrança dos bons momentos será substituída pelo fiasco das últimas temporadas.

Gostou? Compartilhe