OPINIÃO

Observatório de Bioética

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As investigações sobre a vida, em particular a vida humana, desencadearam avanços maravilhosos e surpreendentes em todas as áreas. Multiplicaram-se as faculdades para se tornarem universidades. Internamente nas faculdades foram surgindo as especialidades. Além de novas teorias e descobertas surgem os mais variados instrumentos.

 

Permanecendo somente no campo da medicina, os seus avanços permitiram uma maior qualidade de vida e um prolongamento significativo da mesma. Um melhor conhecimento do corpo e do seu funcionamento desencadeou a descoberta de uma infinidade de medicamentos e procedimentos médicos. Tecnicamente muitas ações são possíveis, mas ao mesmo tempo, foram surgindo novas perguntas de ordem filosófica, ética, psicológica, religiosa, legal, etc. Inclusive desencadeou o surgimento de uma nova área de pesquisa e uma nova palavra: Bioética.

 

Este complexo mundo fascinante, de muitas respostas e de muitas perguntas, provocou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – Regional Sul 3 à criação de quatro Observatórios de Bioética no Rio Grande do Sul. Também se soma o desafio lançado pelo Papa Francisco, na Exortação Apostólica “A alegria da Verdade”, de 27 de dezembro de 2017, para que as Universidades e Faculdades Católicas exerçam a sua missão de investigação da verdade. No dia 07 de novembro, em Passo Fundo, foi oficializado o projeto.

 

Os Observatórios de Bioética vão se pautar por alguns critérios, começando pela atitude de diálogo. Dialogar numa sociedade plural não é simplesmente uma tática, mas uma exigência na busca da verdade que traz alegria. O diálogo tem a marca do ouvir, do argumentar, do respeitar pontos de vista permitindo avançar e ampliar a compreensão dos temas em debate e gerando uma cultura do encontro e da convivência fraterna. Dialogar também é um exercício de humildade. Por isso os Observatórios são compostos de representantes de várias instituições.

 

Um segundo critério é a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade exercidas com sabedoria e criatividade. As especialidades conseguem ver muito bem uma dimensão do ser humano, mas necessitam dialogar com as outras permitindo uma visão integral do mesmo. É princípio vital e intelectual da unidade do saber na distinção e respeito pelas múltiplas, conexas e convergentes expressões. É uma maneira de superar as visões reducionistas da vida humana.

 

O Papa Francisco na “A Alegria da Verdade” ressalta a necessidade de colaborar com a construção de uma cultura de vida, na qual o Cristianismo tem uma grande contribuição a dar e da qual não se pode omitir, pois os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo oferecem muitas inspirações.

 

Os Observatórios de Bioética têm por objetivo colaborar com a Igreja e a sociedade emitindo opiniões, respondendo a consultas, assessorando sobre temas de bioética, promovendo o diálogo com as Instituições, estabelecendo contatos. Será mais um serviço à verdade, ao bem integral do ser humano, à família e à ecologia integral.

 

Ao lado destes observatórios de caráter de pesquisa científica, estarão as Comissões de Vida e Família da Pastoral Familiar. No Rio Grande do Sul milhares de casais e famílias pertencem e participam de algum grupo ou movimento familiar. A sua organização e metodologia se torna um meio para aprofundar os questionamentos existentes e também um campo amplo de assimilação e divulgação das reflexões e estudos.

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