O município de Passo Fundo segue na lista de infestados pelo aedes aegypti. A situação preocupa, principalmente em função da volta do calor, acompanhado de chuvas. Nesta semana, o Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios propõe a mobilização para o combate ao mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya. Em Passo Fundo, além das ações normais de visitação ás residências, na sexta-feira, 30, atividades educativas serão desenvolvidas em escolas.
Desde janeiro, Passo Fundo já teve o registro de 13 notificações de residências com pontos de acúmulo de água e possíveis criadouros do mosquito. Destas, quatro foram multadas por não se adequarem às exigências dentro dos prazos estipulados. Parece pouco, mas o número demonstra que muitas pessoas ainda são relapsas no cuidado para evitar a proliferação do aedes aegypti.
As identificações dos locais em que há possíveis criadouros para o mosquito da dengue podem ser feitas de diferentes formas. Uma delas é por meio de denúncias da comunidade. Outra é durante as visitas dos agentes de combate ao mosquito que orientam as pessoas quanto aos cuidados. Quando identificam alguma situação mais grave, além da orientação sobre o que deve ser feito, é organizada uma visita de retorno para verificar se a situação foi resolvida. Se nada foi feito para eliminar o problema, é emitida então uma notificação com um prazo menor para a resolução. Se ainda assim não for resolvido, é aplicada a multa.
Os problemas mais comuns são encontrados, geralmente, em residências. Entre eles estão piscinas sem tratamento, caixas de água abertas, pneus com água acumulada e terrenos com depósito de água. Também não é incomum que os agentes identifiquem, nas visitas periódicas, que situações que poderiam facilmente ser adequadas permaneçam sem solução.
O último levantamento de índice de infestação apontou que Passo Fundo está em 0,8. “Estamos em risco baixo para epidemia, mas não nos tira de situação de alerta”, enfatiza a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin. Com a chegada do calor a tendência é elevar esse índice. Durante o ano, o município registrou cerca de 40 casos suspeitos de dengue, mas nenhum deles chegou a ser confirmado. Ivânia orienta que as pessoas criem uma rotina de verificação de possíveis locais com acúmulo de água e que podem se tornar criadouros do mosquito da dengue.
Estado
O Rio Grande do Sul não apresentou casos autóctones (contraídos dentro do estado) ao longo de 2018. Foram registrados apenas 21 casos importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do RS. O número é semelhante ao mesmo período do ano anterior, quando foram identificados 20 casos importados e um único autóctone.
Por outro lado, o estado registrou a circulação do vírus chikungunya, confirmando 11 casos autóctones em Santiago, além de outros oito casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao zika, não houve caso confirmado no RS no ano.
No Rio Grande do Sul são 313 cidades consideradas infestadas pelo mosquito, o que representa 63% dos municípios gaúchos. O número de cidades aumentou durante o ano de 2018, somando 64 municípios a mais do que em relação ao ano de 2017.