Em 2018, o Brasil ganha uma posição ocupando agora a 60ª colocação dentre as 63 nações avaliadas no Anuário de Competitividade Mundial 2017 (World CompetitivenessYearbook – WCY). Completando sua 30ª edição no ano de 2018, o estudo é publicado pelo IMD (InternationalInstitute for Management Development), com sede na Suíça, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). Os Estados Unidos retornam ao topo do ranking, posto que no ano de 2017 foi ocupado por Hong Kong, atualmente na 2ª posição. Como destaque positivo o relatório de 2018 evidencia o crescimento competitivo da China que ganha 5 posições, alçando o posto de 13º lugar.
Celebrando 30 edições desde sua primeira publicação, em 1989, o IMD chama atenção para países que se destacaram ao longo dos anos seja positiva ou negativamente. À época em que o Goldman Sachs publicou o seu famoso relatório ‘DreamingwithBrics: The path to 2050’, a China ocupava apenas a 26ª posição. Em 2018, fruto de reformas institucionais e estruturais e de uma consistente política de desenvolvimento humano e tecnológico, o país chega à 13ª posição.
O Brasil, por outro lado, citado pelo IMD como “um país que atraiu muita atenção devido ao seu tamanho e potencial econômico” ocupava em 2001 a 40ª posição e chega a 2018 no 60ª lugar. Os outros BRICS – Rússia e Índia também não avançaram de maneira significativa em 2018. A Rússia ocupa a 45ª posição tendo caído do 38º lugar, sua melhor posição em 2014. A Índia e África do Sul tem se mantido estáveis ao longo dos anos e, em 2018, aparecem na 44ª (depois de ter chegado ao 41º lugar em 2016) e 53a posição respectivamente.
Outros países com posições destacadas ao longo das 30 edições do anuário são o Japão e os EUA. O Japão, que ocupava o 1º lugar na primeira edição do relatório em 1989, caiu para a 24ª posição em 1998 fruto da estagnação da economia e o colapso dos preços dos ativos na chamada década perdida. Na década seguinte o Japão volta a ganhar posições chegando ao 17º lugar em 2008, posições que foram perdidas ao longo dos últimos dez anos chegando em 2018 no 25º lugar. Para o Brasil, o fator eficiência de governo é composto por cinco subfatores: finanças públicas, política fiscal, estrutura institucional, legislação de negócios e estrutura social. Todos estes subfatores se mantiveram estáveis em 2018, exceto o fator legislação dos negócios que perdeu uma posição. Mas o que caracteriza este fator em praticamente todas as variáveis analisadas é o fato que o Brasil se posiciona entre os piores países do mundo.
Em um ambiente político turbulento, o foco se volta para as decisões e manobras judiciais e para as denúncias sobre corrupção. As reformas necessárias como no sistema previdenciário foram adiadas e as ações firmes de controle dos gastos públicos e investimentos estruturais ficaram para o próximo governo. Os destaques no ano foram a reforma trabalhista que ainda não resultou em impactos positivos como já destacamos, e a confiança da comunidade empresarial nas decisões de corte de juros tomadas pelo Banco Central. Como o ruim pode ficar ainda pior, os indicadores de eficiência nos gastos públicos colocaram o país na última posição no indicador de gastos gerais do governo em relação ao PIB (74%), na posição 56 no indicador de crescimento da divida publica (8,48%) ambos com perda de 15 posições em um único ano.
Nota-se no dia a dia da sociedade e no meio empresarial, a retomada das expectativas positivas quanto ao futuro do Brasil. Deve-se observar que, as expectativas somente tornar-se-ão realidade na medida em que ficar claro a agenda de reformas do país, que deverá ser apresentada pelo Governo do Presidente Eleito Jair Bolsonaro. Tal agenda somente ficará clara em meados de fevereiro de 2019, antes será especulação.
É importante lembrar que a eleição de Bolsonaro, não foi uma eleição de pauta econômica. Se a discussão da “escola sem partido”, dominar o debate político, as reformas econômicas não irão prosperar. A sua eleição se deveu há uma série de fatores, pautas morais, de valores, contra a corrupção e por políticas de segurança efetivas. Vamos aguardar, e que venha 2019, com grandes e positivas mudanças. Somente com elas, as reformas o Brasil será uma nação mais competitiva.