Os índios que ocupam a sede da Funai, em Passo Fundo, desde o dia 14 de novembro, deixaram o local, na terça-feira, mas acabaram retornando, cerca de uma hora depois. Eles seguiram até o acampamento indígena, às margens da BR 285, próximo ao Parque Wolmar Salton, onde ficariam provisoriamente instalados.
Pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal, durante audiência, a União se responsabilizaria pelo material para instalações das barracas e também pelo fornecimento de cestas básicas para as famílias, mas não foi o que aconteceu. A intenção era ficar entre 15 a 20 dias naquele local. Ao chegar no local, o grupo constatou que não havia madeira nem material para montagem das barracas. "Não vamos dormir no relento, com as mulheres e crianças. Por isso, decidimos voltar. Também não tinha alimento, conforme o prometido", declarou, Jaimir Braga. Ao todo, são 120 pessoas, incluindo crianças, idosos e duas gestantes.
Os índios também questionaram a ausência de servidores da Funai na sede, para dar alguma explicação. "Desde que viemos para cá, no mês passado, não aparece ninguém para trabalhar. Às vezes vem alguém apenas para pressionar nossa saída e vai embora", revelou.
As famílias tiveram de deixar a reserva do Ligeiro, em Charrua, após sofrer dois ataques, segundo eles, orquestrados pelo cacique. As ações ocorreram um dia após a Força Nacional de Segurança ter deixado a área. O primeiro ataque, com disparos de arma de fogo, ocorreu dentro da reserva, por volta das 2h da madrugada. Dois jovens foram baleados. Assustados, os índios fugiram durante a madrugada e montaram acampamento na localidade de Coroado Baixo, pertencente ao município de Tapejara, onde sofreram o segundo ataque.