O XVIII Rodeio de Passo Fundo já começou e se estende até o próximo domingo, 9, trazendo muitas atrações para a comunidade. O evento é realizado no Parque de Rodeios da Roselândia e é fruto de uma parceria entre a 7ª Região Tradicionalista e a Prefeitura de Passo Fundo. Com o passar dos anos muitas histórias se encontram pelo Parque, novas histórias se formam e o evento acompanha todas essas mudanças.
A estrutura preparada para receber o público no Parque de Rodeios da Roselândia recebeu muitas melhorias, entre elas a liberação total do palco, expansão da praça de alimentação e melhorias nos pontos onde ficam lojas tradicionalistas e de venda de alimentos. Atendendo a pedidos de pessoas que vem de outras regiões e até estados, a organização do Rodeio melhorou a infraestrutura do local. É possível, a partir desta edição, que os apaixonados pela tradição possam montar um acampamento campeiro que tenha fornecimento de água, luz e boas condições para quem permanece durante todo o período de evento.
É comum que a concentração maior de público seja no final de semana, nos dias 8 e 9. Segundo a Coordenadora Gilda Galeazzi a estimativa de público para esta edição do evento é de 40 mil pessoas, mais do que nas edições passadas quando se alcançou entre 30 e 35 mil. “Só de concorrentes na parte artística foram inscritos dois mil participantes e no primeiro dia fomos surpreendidos com a presença de 3,5 mil pessoas e dessa vez somos presenteados com tempo bom, o que não acontecia há muito tempo.”, afirma.
Histórias e mais histórias surgem no parque. Famílias que se dedicam ao tradicionalismo, pessoas que participam assiduamente de eventos voltados a cultura gaúcha desde sua criação, a tradição gaúcha passando de geração a geração. Entre elas a de Adriane e Sérgio.
A representante do departamento campeiro do CTG Tropel de Caudilhos, Adriane Salles Vieira traz a filha de 7 anos, Pietra, para acompanhá-la desde seus primeiros meses de vida. Ela conta que no primeiro mês de Pietra, a pequena já foi conhecer os rodeios com mãe, mas dessa vez na arquibancada, já que como o nascimento da filha era recente, Adriane não podia laçar. Sua relação com o tiro de laço começou aos 15 anos, onde ela competia junto com seu pai nos rodeios. “Como mulher é emocionante ver a família inteira participando. Até há pouco tempo esse mundo era apenas masculino e quando meu pai teve uma filha mulher, resolveu passar a tradição, então entramos na pista para laçar juntos. Hoje, minha filha de 7 anos também já começou a praticar o laço, é uma paixão que passa de geração a geração.”, mencionou.
Sérgio Hernandes Antunes da Silva, aos 78 anos carrega no peito o amor estampado pelo CTG Tropel de Caudilhos do qual participa. Entre tantas histórias e muito amor pela tradição, Sérgio Lembra que participou do primeiro torneio de laço do Rio Grande do Sul, que ocorreu na cidade de Esmeralda, no ano de 1953 e que deu origem aos rodeios como conhecemos. Emocionado, ele comenta que, com apenas nove anos, viajou 27 km a cavalo com seu pai para prestigiar o torneio e esse foi o início de uma relação de amor que perdura até hoje com a cultura rio-grandense e com o tiro de laço. Carrega consigo a lembrança dos 64 troféus conquistados ao longo de seus 50 anos como laçador.