Presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo, por duas gestões, Claudir Luiz Alves avalia o trabalho realizado e destaca o fortalecimento do órgão. O presidente definiu como 'triste', o fim do convênio da Universidade de Passo Fundo com a Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado, que coloca em risco o futuro do Comitê.
Após duas gestões à frente do Comitê, o que o senhor percebe como a maior dificuldade para o gerenciamento da Bacia do Rio Passo Fundo?
Claudir Luiz Alves - Em primeiro lugar devo agradecer às instituições membros do Comitê Rio Passo Fundo, pela confiança na minha pessoa para a condução, durante este período, como presidente deste Comitê. Entre as diversas dificuldades está a baixa participação das administrações públicas da região da bacia hidrográfica, poucas prefeituras municipais entendem ser importante a participação no debate.
Deste período, o que fica de contribuição e o que o senhor identifica como desafios a serem enfrentados nos próximos anos ?
Claudir Luiz Alves - Neste período, tivemos o fortalecimento do comitê, tornando o mesmo reconhecido na região da bacia hidrográfica, o Projeto Rio Passo Fundo, patrimônio histórico, cultural, econômico e paisagístico, também o Projeto Água em Foco, entre outros.
O abastecimento da nossa região está garantido com as medidas atuais?
Claudir Luiz Alves - Quanto às fragilidades da bacia hidrográfica, estão a disponibilidade de água, pois das cinco unidades de gestão descritas no plano de bacia, três apresentam demanda maior que a disponibilidade e também balanço hídrico.
Qual será o futuro do comitê?
Claudir Luiz Alves - O futuro do comitê depende somente das instituições membros, portanto, manter as instituições mobilizadas é fundamental.
Na sua visão, hoje, a sociedade de Passo Fundo e da região compreende a grandiosidade de estar inserida no “berço das águas” ou essa abundância existente aqui faz com que as pessoas não estejam preocupadas em preservar esse recurso?
Claudir Luiz Alves - Falta muito para a sociedade regional valorizar e proteger este espaço que é único na geografia do Estado, pois existem na localidade do Povinho Velho, nascentes formadoras de quatro bacias hidrográficas. Contamos ainda no território de Passo Fundo, com as nascentes do Rio da Várzea. Porém, não existe esta "abundância" mencionada, o que temos aqui são muitas nascentes, não existe um rio de grande porte, em condições de suprir as demandas crescente, nos mais diversos setores da sociedade.
Da sua experiência, se percebe a existência do comprometimento dos empresários e agricultores com a preservação da bacia?
Claudir Luiz Alves - Quanto a preservação, todos os segmentos usuários de água, procuram atender as legislações em vigor, entendo que cada usuário de água deve buscar a preservação, afim de garantir o futuro, respeitando o desenvolvimento sustentável.
As ações de educação ambiental têm surtido os efeitos esperados? Como é possível reforçar isso nos próximos anos?
Claudir Luiz Alves- Acredito na Educação Ambiental, como ferramenta de aproximação entre o Comitê Rio Passo Fundo e a sociedade da bacia hidrográfica, já citei o Projeto Água em Foco e também o Projeto Rio Passo Fundo, como exemplo de ações com resultados efetivos. Quanto ao final do convênio, esta é uma situação triste e de grande perda para o Comitê Rio Passo Fundo. Contudo, o Comitê, precisa e deve ser maior que o Convênio, nesta situação transitória a Instituição Membro UPF irá colaborar com a cedência de espaço para as reuniões do Comitê, a partir do momento, que estiver disponível futura parceria. O comitê seus membros e o Estado estarão buscando viabilizar o funcionamento da secretária executiva.