Integrantes da Associação Passofundense de Cegos (Apace) de Passo Fundo participaram de uma dinâmica a fim de apresentarem demandas e sugestões que farão parte da revisão do Plano Diretor de Passo Fundo. A IMED, como instituição integrante do Núcleo Gestor do documento, foi responsável pela iniciativa, por meio do programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da IMED e do Programa de Iniciação Tecnológica e Inovação (PITI/IMED). O propósito da atividade foi o de pensar soluções para facilitar a mobilidade urbana da cidade.
No início da semana, a Prefeitura de Passo Fundo divulgou um diagnóstico participativo de Passo Fundo, documento que faz parte da revisão do Plano Diretor da cidade, feito a partir de oficinas realizadas em vários bairros, em que foram abordados vários temas, entre eles a mobilidade tanto a motorizada como a não motorizada. De acordo com a professora Dra. Andrea Mussi, representante da IMED no Núcleo Gestor do Plano Diretor de Passo Fundo, como a IMED tem um convênio com a APACE, desde 2013, foi realizada essa dinâmica para a revisão do Plano. “Essa primeira atividade foi com o intuito de ouvir o que eles pensam sobre a cidade de Passo Fundo no que se refere a mobilidade e suas necessidades e a partir disso, o que nós podemos sugerir para constar no plano diretor”, destacou.
Entre os apontamentos, os integrantes relataram dificuldade principalmente no transporte público. “Eles abordaram algumas coisas importantes, entre elas a importância das paradas e dos ônibus terem um sistema que eles consigam identificar qual é o ônibus e as paradas que estão acessando. Então debatemos algumas alternativas que poderíamos levar como opções de possibilidades de comunicação nas paradas de ônibus e nos ônibus”, conta Andrea.
O presidente da APACE, Fábio Flores defendeu também a padronização dos passeios públicos. “Atualmente enfrentamos muitos obstáculos, eu acho que deveria ter padronização das calçadas, que não existe atualmente. Por exemplo, um tipo de material que facilite a mobilidade das pessoas com deficiência. Outra questão, são as placas de sinalização de rua. Deveria ser pensando outra forma de sinalização para não haver tantos postes, principalmente nas esquinas, pois atualmente é mais um obstáculo para o deficiente visual”, comenta.
Como parte da dinâmica, após os relatos e discussão de possibilidades foi realizado um passeio nas proximidades da IMED e na Praça Capitão Jovino. “Foi uma atividade para observar outras alternativas não só de acessibilidade, mas também da permanência nos espaços de lazer, se estão adequadas para o uso de pessoas cegas ou com baixa visão”, disse.
A partir disso, Andrea explica que será feito um relatório que será entregue na próxima reunião do Núcleo Gestor da Revisão do Plano Diretor e assim que iniciada a etapa de proposições de soluções a constar na revisão do Plano estiver disponível, será feita uma segunda dinâmica com os integrantes da APACE.