Certamente o presidente da Associação Brasileira de Produtos Animais, Francisco Sérgio Turra, anda preocupado com os rumos da exportação de frango brasileiro. Isso, depois de recuperação no último trimestre que consolidou a demanda mexicana. Acontece que a Liga Árabe, fiel compradora de nossa indústria de carnes, especialmente frango, anda incomodada com o anúncio de Bolsonaro em transferir a embaixada Brasileira de TelAviv para Jerusalém. Árabes, em reunião no Cairo nesta semana, aprovaram resolução repudiando a medida anunciada pelo futuro presidente e expediram nota solicitando que o Brasil abandone a ideia. Entendem que isso significaria intervenção desnecessária. Jerusalém, ao longo dos últimos 70 anos é, segundo a ONU, território “corpus separatum”, status internacional, como forma de conciliar interesses de ocupação de Israel com palestinos da banda oriental. Sem aprofundar o mérito da opção brasileira, seguindo orientação de Donald Trump, na aproximação com Benjamin Netanyahu – mandatário de Israel, a medida poderá ser sopesada. O que pode ser bom para futuras relações com Israel dificulta negócios com os árabes, que pressionam o Brasil, com ações políticas, diplomáticas e principalmente econômicas. A compra de frango brasileiro é garantia de bons negócios brasileiros, com repercussão na economia do campo e da cidade. Suspender a compra não seria bom também para a Liga Árabe, que pede respeito ao direito internacional. A estrutura que garante abate de animais em frigoríficos do Brasil, para importação árabe, é específica porque respeita o ritual muçulmano. Neste ano já tivemos dois golpes danosos para avicultura: greve dos caminhoneiros e embargo europeu. Um terceiro golpe seria demais.E na Terra Santa, quando o galo canta pela terceira vez, pode haver arrependimento.
Joenia
Aos 43 anos, JoeniaWapichana, é a primeira indígena a ser eleita deputada federal. Disputou a eleição pela REDE Sustentabilidade. Advogada e defensora dos direitos indigenistas é reconhecida em Roraima como guardiã dos recursos naturais além das causas específicas nativistas. Foi homenageada pela ONU nas comemorações dos 70 anos dos Direitos Humanos. A deputada adotou plenamente a intuição de que “o futuro melhor é possível”.
Demarcação
Depois de anunciar que a demarcação de terras indígenas seria competência do Ministério da Agricultura, Bolsonaro muda o foco e diz que será assunto a ser decidido por Conselho interministerial.
Auxílio moradia
O Conselho Nacional de Justiça aprovou com agilidade a restauração do auxílio moradia para magistrados. As restrições para o recebimento da verba de R$ 4.377,00 reduz o acesso, por ora,ao auxílio. Mas, quem garante que a vantagem não retomará os rumos perdulários no país dos privilégios e das diferenças sociais enraizadas?
Fujões
A polícia anda à procura de Cesare Battisti, para mandá-lo de volta à Itália. Fabrício Queiroz, assessor de Flávio Bolsonaro, que demorou para ser encontrado, finalmente foi localizado.
Faculdades
Assim está difícil: 3% dos cursos superiores do Brasil alcançam nota máxima na avaliação do MEC!
João de Deus
Depois de convencer multidão que acreditou em seus dons sobrenaturais de cura, aos 77 anos o médium mergulha no vale profundo das denúncias pela prática de crimes. Crimes sexuais hediondos, centenas, são atribuídos a ele. Usou da ingenuidade de pessoas aflitas e fragilizadas física ou psicologicamente para praticar estupros e ameaçar integridade física. Financeiramente é poderoso. Algumas denúncias indicam fatos atingidos pela prescrição, que o beneficia em função da idade. Há, no entanto, um turbilhão de depoimentos que podem robustecer a prova de crimes. As revelações divulgadas repugnam ao senso de humanidade. Pelo visto estamos diante de um ser irremediavelmente condenável, na categoria de monstro, mas ainda chamado João de Deus. A ira legítima que as pessoas sentem só permite julgar as atitudes pérfidas narradas, mas o tipo criminoso depende de provas sobre autoria.
Sistema S
O futuro ministro Paulo Guedes anuncia cortes no orçamento do sistema S (Sesi – Sesc – Senai). Segmentos empresarias estão assustados com a possibilidades de fechar escolas profissionalizantes.