A manifestação do presidente eleito Jair Bolsonaro de investir na tecnologia de dessalinização da água do mar é essencial para a vida. Imaginando o resultado dessa política de governo, preconiza-se efeito socializante, ainda que pareça infenso aos mais acintosos patrulheiros de esquerda.Nem se imagina que Bolsonaro esteja perdendo o sono preocupado com a falta de água potável para a legião de pobres. Os efeitos, todavia, restarão implacavelmente como potencial redistributivo de meios. Na palavra do reacionário presidente, a técnica que socorre a falta de água de Israel poderá suprir região causticada pela seca, especialmente o Nordeste brasileiro. Menciona as pequenas propriedades rurais como beneficiárias. Isso é bom!
Planta no Ceará
O aceno do novo governo às tecnologias de dessalinização não é iniciativa inédita. No Ceará existe projeto há vários anos que prevê licitação de obra para o próximo ano, na região da grande Fortaleza. A planta de dessalinização é destinada ao consumo humano e pequenas propriedades rurais. São vários os processos no campo de filtragem, que demandam áreas respeitáveis no litoral. Interessados no projeto figuram países que já desenvolvem tecnologias neste sentido: Israel, Coréia do Sul, Espanha, França, Alemanha Itália e Estados Unidos. As condições de nosso país, na vastidão litorânea são excelentes, salvo óbvio custo de investimento. A usina de Fortaleza iniciará com a produção de água potável de 1 metro cúbico por segundo e chegará a 3 metros.
Bertioga
Em São Paulo já existe usina que produz água engarrafada que aguarda liberação da Anvisa. Agrega 63 elementos da água do mar, em sais que normalmente estão ausentes na água mineral comercializada, que contém 12 sais, em média. Há no processo a retirada do cloreto de sódio (NaCl), conforme relata um dos pioneiros neste investimento, o empresário de Bertioga/SP, AnnibaleLonghi. O método mais comum é osmose. O empresário visa também exportação de água potável.
Universal
É alta tecnologia que socorre urgente necessidade de suprimento de água potável para a sobrevivência e agrega a outras políticas ambientais viáveis. É o lado prestativo da inteligência humana que, embora inicialmente tenha seus custos, pede para ser acessada pelos mais necessitados. Quando isso chegar aos pobres, por favor, que a bancada ruralista não diga que é coisa de comunista.
João Freitas
Nos idos de 1984, comentávamos sobre políticas de combate à miséria com o advogado e jornalista João Freitas, eminência no governo Carrion. Ao elogiar iniciativa de instalar uma bica que oferecia água potável no reduto habitacional da vila Brasília (hoje Bom Jesus), olhei para João. Disse-lhe que era iniciativa dele e que se assemelhava (muito) aos programas de abastecimento das periferias das cidades russas. Uma dessas iniciativas era água potável, assim, comunitárias. A então vila Brasília era a cara da miséria, com graves problemas de saneamento. E foi quando ele disse, na sala de redação de ON: Não cita isso. Deixa primeiro instalar a bica! Não queria alertar para o sentido socializante, num governo impregnado pelo conservadorismo arenista. E a água potável chegou, iniciando processo mínimo para a saúde daqueles moradores. A inteligência do João Freitas, mesmo no partido dos reacionários, emplacou prática de elevada consciência social, quase furtivamente. Guardo a memória do Freitas também como inteligência útil à cooperação comunitária.
Montadoras
A realidade do sistema de produção automobilística é preocupante. A notícia de que o crescimento de vendas no último período foi de 15%, não enfrenta a ociosidade de 40% nas montadoras. É o desgaste de um ciclo que significa arrecadação de impostos e emprego. O progresso real vai depender mais da estrutura no transporte coletivo, ou nas ciclovias e outras formas de locomoção. A Europa já percebe isso e está mudando.
Ricordi
O Coral Ricordi D’Itália, formado por voluntários de Passo Fundo, cumpriu apresentações em vários ambientes de nossa comunidade. Outros grupos também deram musicalidade à cidade. Bons momentos!