OPINIÃO

Teclando

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Foguetórios de formatura

Nas décadas de 1970 a 1990, as formaturas da UPF eram centralizadas no Cine Teatro Pampa. Cerimônias bastante concorridas, com muita gente de pé pelos corredores ou no saguão, além das 1.500 poltronas ocupadas pela plateia. Ao final da colação de grau parava o centro de Passo Fundo. O auge ficava por conta da queima de fogos na Praça Marechal Floriano. E não eram foguetórios comuns. Eram ruidosas e intermináveis baterias de fogos. Na verdade havia uma disputa entre as faculdades de Direito, Medicina, Agronomia e Odontologia, onde a grandiosidade da formatura era proporcional à barulheira dos fogos. Enquanto a fumaceira e o cheiro de pólvora pairavam por algumas horas nas imediações da praça, a elegância dos vestidos e dos trajes propiciava um desfile de moda pelas calçadas. Na manhã seguinte, havia dezenas de pássaros mortos ao pé das árvores. Outros tantos, assustados, perdiam-se pela cidade. Os cães e os gatos foram massacrados pelos grandiosos foguetórios. Alguns morreram. Mas por décadas isso foi, sim, uma tradição passo-fundense.

Fogos silenciosos

Então, depois de muitos e muitos anos, acabaram os foguetórios de formaturas na praça. Não sei precisar o ano, mas o grito dos ecologistas ecoou pelas alamedas da universidade e despertou a conscientização. A tradição errada deve mudar. E mudou. Agora, um grande exemplo veio do Notre Dame em sua tradicional Cantata Natalina. Não faltou o colorido dos fogos que provocam suspiros na plateia. Mas desta vez não ouvimos os estampidos, pois utilizaram os fogos silenciosos. Uma tradição que não perdeu o seu encanto, evoluiu e inovou em tecnologia para respeitar ao meio ambiente. A evolução é constante e não pode tropeçar na preservação dos erros.

Ouvidos humanos

Continuamos evoluindo. O prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, quer proibir o comércio e o uso de fogos que produzem estampidos. Dentre os incentivadores da proposta está o vereador Rafael Colussi, que havia apresentado projeto semelhante. A medida, além de proteger dos riscos de acidentes, é para evitar a perturbação aos enfermos, idosos e animais. Enfim, algo contra a barulheira. Agora, espero que alguém proponha a proibição do uso de alto-falantes nas portas das lojas ou pelas ruas. Já protegemos os pássaros e estamos iniciamos a proteção aos cães e gatos. E os ouvidos humanos, quando estarão imunes desses malditos alto-falantes?

Iracélio
Nesse calorão, Iracélio resolveu fazer uma ‘visita surpresa’ ao casal Bruna e Léo em Ernestina Beach. O problema é que ele não sabe nadar e foi impossível encontrar colete salva-vidas na sua exagerada numeração. Sempre prestativo, o muy amigo Acioly levou o Turcão numa antiga borracharia da Vera Cruz e resolveram o problema. Então, domingo, transformou-se em enorme atração nas águas da barragem. Ele chegou com a maior boia já vista na região: uma câmara de pneu de um velho FNM. “É segura, não afunda”, explicava Iracélio já meio sem jeito.

Trilha sonora
Rita Lee faz o que quer com a voz e tem uma dicção invejável. Paula Toller (no meu imaginário apenas Paulinha) tem o timbre da sensualidade. Então, juntas, e com Oswaldinho do Acordeon, é demais. Literalmente, Desculpe o Auê.
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