A época mais quente do ano possibilita maior aproveitamento, já que os dias são mais longos e o calor favorece passeios e viagens. Contudo, também alguns cuidados devem ser redobrados, como a atenção à pele e à desidratação, que podem causar queimaduras, ocasionando, posteriormente, maiores problemas de saúde. A professora e coordenadora do projeto de extensão Amigos da Pele da Universidade de Passo Fundo (UPF), Gilvana Bonella, explica que, nessa época do ano, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra e, por isso, aumenta o risco de queimaduras, câncer de pele e outros problemas. “Além do filtro solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão nas atividades ao ar livre, pois eles bloqueiam a maior parte da radiação UV. Tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30%. É importante evitar a exposição solar entre 10h e 16h (horário de verão). As barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, materiais que absorvem 50% da radiação UV. Outro objeto que tem extrema importância são os óculos de sol, que previnem catarata e outras lesões nos olhos”, disse a médica.
A professora Gilvana explica ainda que o filtro solar deve ser utilizado sempre, sendo que produtos com proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais longa ao sol, como em praias, piscinas e atividades de pesca. “O produto deve proteger contra os raios UVA (indicado pelo PPD) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS). Aplicar o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva. Distribuí-lo uniformemente em todas as partes de corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés. Reaplicar a cada duas horas. Porém, atenção, esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou se entrar na água”, destacou. Outra dica da professora é que a utilização de fluidos siliconados nas pontas dos cabelos impede que eles se danifiquem com o vento, sol ou maresia.
Proteção
As cicatrizes também devem ser protegidas, especialmente as novas, que podem ficar escuras se expostas ao sol. As antigas, contudo, também devem ser protegidas, pois há risco de desenvolvimento de tumores, apesar de ser um evento raro. “A proteção pode ser feita com uso de barreiras físicas como adesivos, esparadrapos ou por meio do uso de filtro solar”, disse.
Em crianças, o filtro solar deve ser utilizado a partir dos seis meses de idade, utilizando um protetor adequado para a pele que é mais sensível, de preferência filtros físicos. “Recomendamos que os pais busquem orientação com pediatra ou dermatologista sobre qual o melhor produto para cada caso. É preciso que crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente”, afirma.
A professora também alerta que pessoas de pele negra têm uma proteção “natural”, pela maior quantidade de melanina produzida, mas que também precisam estar atentos à fotoproteção, pois também estão sujeitas a queimaduras, câncer da pele e outros problemas.
Hábitos diários
As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada. Portanto, a orientação da professora é que se deve aumentar a ingestão de líquidos no verão, com a ingestão de muita água, suco de frutas e água de coco. Conforme Gilvana, é importante, todos os dias, aplicar um bom hidratante, que ajuda a manter a quantidade adequada de água na pele. “Alguns alimentos podem ajudar na prevenção aos danos que o sol causa à pele, como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois contêm carotenóides, substância que se deposita na pele e tem importante ação antioxidante. Ela é encontrada em frutas e em legumes de cor alaranjada ou vermelha”, conta.
Os hábitos alimentares também devem ser revistos, com a ingestão de carnes grelhadas, alimentos crus e cozidos; frutas e legumes com alto teor de água e fibras e baixo de carboidratos. “Apostar nesses alimentos ajuda na hidratação do corpo, previne doenças e adia os sinais do envelhecimento”, disse. No banho, a recomendação da professora é que sejam utilizados sabonetes compatíveis com o tipo de pele, porém, sem excesso. A temperatura da água deve ser fria ou morna, para evitar o ressecamento.
Projeto “Amigos da Pele”
O projeto de extensão “Amigos da Pele” foi idealizado e implementado em 2015 pela médica dermatologista e então professora da Faculdade de Medicina (FM/UPF), Dra. Karen Schons. O projeto foi criado com o objetivo de levar informações sobre a exposição solar ao maior número de pessoas possíveis, visando à prevenção dos danos à pele ocasionados pela exposição inadequada, e tem por base uma aposta na mudança no comportamento das pessoas com relação ao sol após receber instrução adequada.
Atualmente, o projeto está vinculado ao Programa de Extensão da UPF ComSaúde, coordenado pela professora Dra. Cristiane Barelli. A equipe de trabalho é composta por estudantes da FM, pela coordenadora Gilvana e pela professora colaboradora, Dra. Fabiana Tonial. Desde a sua criação, têm sido desenvolvidas diversas atividades junto à comunidade. “Desenvolvemos intervenções educativas em escolas, grupos de terceira idade, centros de saúde; realização de pesquisas acadêmicas; participação em eventos de promoção de saúde; participação em eventos científicos; elaboração de aplicativo para celular; elaboração de cartilha educativa; participação em programas de rádio prestando orientações”, explicou.
O aplicativo desenvolvido pelo grupo está disponível gratuitamente para download para os sistemas Android e IOS. Ele traz informações básicas sobre fotoproteção, dicas de uso de fotoprotetores e fornece o índice de radiação no momento.
