Centro é o local com maior incidência do Aedes aegypti

Todos os locais da cidade possuem focos do mosquito, mas a ocorrência é maior em cinco bairros, e que ainda pode se intensificar com o intenso período de calor e de chuvas

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Os dias de calor, as altas temperaturas e as chuvas previstas para o verão colocam em alerta a importância da erradicação de novos focos do Aedes aegypti. Em Passo Fundo, de acordo com o último levantamento realizado pelo Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, em outubro, o centro foi o local que possuiu a maior incidência do mosquito da dengue, seguido dos bairros Vera Cruz, São Luiz Gonzaga, Lucas Araújo e Vila Luíza. Ainda assim, todos os bairros da cidade, divididos em 24 setores pela Vigilância, apresentaram focos do Aedes.


“As altas temperaturas, normalmente chegando nos 30ºC e com essa chuva diária na cidade, qualquer pote que esteja no quintal ou que tenha resíduos de ovos do mosquito, caso sejam deixados ali ou guardados sem a devida higiene, esses ovos podem eclodir e se tornar um mosquito adulto. É importante lembrar de deixar os recipientes que ficam nos quintais sempre vazios de água e virados com a boca para baixo”, ressalta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, IvaniaSilvestrin.


São 10 agentes de combate de endemias e dois servidores de campo que trabalham diariamente em diversos locais da cidade para combater o mosquito Aedes aegypti, além de orientar a comunidade e buscar a prevenção. Entretanto, a resistência de alguns moradores acaba prejudicando o trabalho de erradicação dos focos. “Já melhorou bastante em relação aos outros anos, mas infelizmente ainda há recusa, já que muitas vezes os moradores dizem que não tem focos do mosquito na residência e não deixam o agente fazer a vistoria”, salienta Ivania. Outra dificuldade encontrada é no acesso de imóveis fechados, como casas e terrenos que estão para venda/aluguel. A orientação para os proprietários é de que seja realizada a manutenção dos quintais periodicamente, justamente para eliminar o lixo, entulho e a água parada.


Na última segunda-feira (14), uma mensagem falsa começou a circular pelas redes sociais avisando a população de que haviam sido furtados materiais dos agentes. Segundo Ivania, o mesmo bilhete não procede e já havia sido circulado também no ano passado. Todos os agentes de combate de endemias estão identificados com coletes e camisetas na cor bege clara, com a logo da Prefeitura de Passo Fundo, e ainda identificadas como Vigilância Ambiental em Saúde. Além disso, os agentes tem a própria identificação através dos crachás. Caso a população tenha dúvidas, é possível entrar em contato pelos telefones (54) 3046-0073 ou (54) 3312-2972.


Ajuda da população
O Núcleo de Vigilância orienta que toda a população deve se engajar para evitar o acúmulo de água em qualquer tipo de recipiente.Em hipótese alguma deixar água parada em qualquer parte do imóvel/terreno ou pátio, além de eliminar ambientes que possam servir de criadouros. São em locais com água parada onde se encontra o ambiente propício para depositar ovos e desenvolver as larvas e mosquitos.
Os cuidados incluem: tampar os tonéis e caixa d’água; manter as calhas sempre limpas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; manter lixeiras bem tampadas; deixar ralos limpos e com aplicação de tela; limpar semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia; limpar com escova ou bucha os potes de água para animais; e retirar água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.

 

Para eliminar focos é necessário lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha; jogar as larvas na terra ou no chão seco; para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida; em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal.


“Com essa chuva toda, é bem importante a comunidade revisar o quintal e eliminar essa água parada que permanece. Cinco dias de água parada, nos munícipios infestados, é muito perigoso. Então os moradores devem sempre revisar o seu pátio, eliminar essa água parada do tonel, do balde, da latinha, dos pratinhos de flores e das piscinas que não estão em uso. Eliminando a água parada já nos auxilia bastante no controle dos focos do mosquito, finaliza Ivania.


Dengue
Dos 62 municípios que fazem parte da área de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde, foram notificados 68 casos de dengue, e destes foram confirmados três ocorrências - Passo Fundo, Carazinho e Não-Me-Toque. O município registrou ainda outros 27 casos da doença, que deram resultado negativo. De acordo com a Coordenadoria a doença foi adquirida em outra cidade, durante período de viagem, e não nas cidades de origem dos indivíduos. Nos primeiros dias do ano, não ocorreu nenhuma notificação de casos da doença na cidade.


Estado
O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) Levantamento realizado em outubro por 305 municípios do Rio Grande do Sul considerados infestados pelo mosquito da dengue apontaram que 93 deles estão em situação de alerta. As cidades são classificadas desta forma quando pelo menos 1% dos imóveis vistoriados apresenta focos de larvas do inseto, que também é transmissor da zika e da chikungunya.


Entre os 93 municípios, nove apresentaram situação mais grave, são considerados de alto risco, porque registraram índice superior a 3,9%. Eles estão concentrados no Norte e Noroeste do estado: Ajuricaba, Garruchos, Nonoai, Santo Antônio das Missões, Santo Cristo, São Borja, São Nicolau, Três de Maio e Vista Gaúcha. Somadas, essas cidades representam uma população de 3,3 milhões de pessoas (ou 29,4% do estado).
O Estado não apresentou casos de dengue autóctones (contraídos dentro do estado). Até metade de novembro de 2018, foram registrados 21 casos importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do RS. Já em relação ao vírus chikungunya, foram confirmados no período 11 casos autóctones em Santiago, além de outros oito casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao zika, não houve caso confirmado no RS no ano.

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