OPINIÃO

Pe. Paulo Augusto Farina

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No último domingo, dia 13 de janeiro de 2019, morria o Pe. Paulo Augusto Farina. O seu ministério presbiteral em Passo Fundo, começou uma semana após a ordenação presbiteral acontecida em 08 de dezembro de 1956. Em janeiro de 1957, Dom Cláudio Colling o nomeou para cuidar e administrar a Fundação Lucas de Araújo exercendo esta função até 2014, mas continuou próximo até a morte. Em 05 de abril de 1969 foi nomeado como Diretor da Rádio Planalto permanecendo na função até 1983. Além dessas, teve outras nomeações.


O Pe. Paulo Farina escolheu como lema para sua vida presbiteral: “Jesus, ser vosso e levar a todos a Vós”. Justificou a escolha do lema assim: “No nosso raciocínio, no nosso sentimento, além de mantermo-nos fiéis ao Senhor; o desempenho, a nossa doação de vida, só valeria à pena, se arrebatássemos um bom rebanho, se conquistássemos muitos outros operários para as vinhas do Senhor”. Na primeira transmissão da Rádio Planalto, a primeira palavra do Pe. Paulo foi “Deus”. Revela a sintonia com o lema escolhido.


Quando falamos do Pe. Paulo Farina, a primeira recordação que vem à memória é a sua relação com a Fundação Lucas de Araújo. Também não poderia ser diferente, afinal foram 62 anos. A presença dele lá foi muito além do administrativo. Tendo em vista que, quando um padre é nomeado, seja para conduzir uma paróquia, uma obra social ou qualquer outra, ele tem uma tríplice missão: evangelizar anunciando a Palavra de Deus, santificar pelos sacramentos e bênçãos e, em pastorear, isto é a parte administrativa, organizativa, caritativa. Sendo a Fundação Lucas de Araújo uma obra social dirigida pela Arquidiocese de Passo Fundo, a preocupação é com a formação integral do ser humano por isso não pode faltar a dimensão espiritual, a formação religiosa e da consciência moral, da cidadania.


Por ocasião da ordenação presbiteral, o novo padre começa a fazer parte de um Presbitério. É um laço jurídico-canônico, mas acima de tudo é uma comunhão na missão, na fraternidade, na amizade, na convivência. Pe. Paulo Farina foi sempre, junto aos colegas, uma presença muito agradável, jovial e de grande disponibilidade. Alguém que agregava criando um ambiente favorável. Ele fez um bem muito grande a todos os padres que tiveram a graça de conviver e trabalhar com ele.


No dia 13 de dezembro de 2006, por ocasião dos 50 anos de vida sacerdotal, o Pe. Paulo abria o coração e disse: “Considero um privilégio poder exercer durante 50 anos uma vocação, uma missão, uma função espiritual eclesiástica em meio a um mundo tão conturbado. Pode-se dizer que foi uma época de transição, quando aconteceram tantas mudanças na Igreja e no mundo. Manter-se firme na missão nos dias de hoje, é quase um heroísmo. Em meio a tantas aberrações alguém, e esse alguém, com certeza, são os que recebem um toque especial, um chamado especial, esses é preciso que suportem as avalanches de disposições que se sucedem variadas e velozes. Valeu a pena nadar contra a correnteza. Sentimos agora o sabor da vitória e da realização. O testemunho de tantos leigos fiéis e sinceros, pelo Senhor Jesus é onde os sacerdotes encontram lenitivos e forças para prosseguir a missão. A todos quantos abraçamo sacerdócio concluímos dizendo: A missão do sacerdote com certeza, não é sombra e água fresca, mas vale a pena. Vale muito à pena...”


Concluiu a sua missão sacerdotal no sábado, 12 de janeiro de 2019, presidindo a última eucaristia no Abrigo de Idosos São José e João XXIII. Se fosse perguntado sobre a sua vida ministerial, certamente diria com mais convicção o que tinha dito por ocasião do jubileu. Feliz e realizado por ter cumprido frutuosamente a sua missão.

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