OPINIÃO

Pensando bem

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Ainda Ontem Chorei de Saudade é uma composição de Moacir Franco e que foi eternizada na voz de João Mineiro e Marciano, assim como Viola Está Chorando. Era um sertanejo-caipira-brega que encantava os seresteiros, músicas que oferecíamos às namoradas como as de Marcio Greyck, Roberto Carlos, Benito di Paula, LuisAyrão, Paulo Sergio...


Pela longa estrada da vida vamos aprendendo porque se assim não for, não há sentido nem na estrada e nem na vida. Então temos a saudar os brancos cabelos, o cenho, a coluna que verga, a visão que se faz fugidia, o ouvido que não ouve. Ficamos contemplativos e serenos, é assim.


Dessa forma fiquei a matutar sobre três palavras que usamos à exaustão e de maneira extremamente exagerada.
A primeira é Deus. Usamos Deus em tudo, no sucesso e insucesso, nas possibilidades e terceirizações de nossas condutas: se Deus quiser, Deus não quis assim, Deus dará...Deus dará. Peço a Deus que esse ano seja bom. Erguemos nossos braços para o céu e solicitamos sua intervenção para obtermos o sucesso. Creditamos a Deus tudo...dinheiro, sucesso...queremos tudo isso de Deus, mas não raramente não movemos uma palha para esse desiderato. Deus é algo muito especial para o cotidiano e deve ser invocado em ocasiões que sobrepujam nossas competências e não para coisas corriqueiras.


A segunda é amor. Usamos demais quando, na verdade, amamos menos do que deveríamos; amamos nossos pais e filhos, nossos irmãos e nossos companheiros de estrada. Amor é torcer pelo sucesso alheio; dizem que amor é gostar tanto de outra pessoa, a despeito de seus defeitos, a ponto de não passar na cabeça a ideia da substituição. Amar é contribuir positivamente, jamais dividir. Paixão seria quando a pessoa com quem nos envolvemos é absolutamente isenta de defeitos, tem tudo de bom, até seus odores mais pérfidos. Se fosse padre jamais casaria casais apaixonados porque a paixão pode ser chuva de verão. Querem casar porque estão apaixonados? Ora, voltem em quatro meses para conversarmos novamente.


A terceira é a palavra amigo. Como reconhecer um amigo de verdade? Uma das formas de identificar é pela postura dele quando enfrentamos nossos demônios. Um amigo se adianta, apresenta-se, não deixa que tenhamos que nos humilhar para pedir ajuda; ele se oferece, abraça e pergunta candidamente: o que está acontecido contigo, meu velho? Quantos temos assim? Para quantos somos assim? Chamamos muitos de amigos, temos milhares deles nas redes sociais, será verdade?


Três palavras curtas e intensas, três palavras que usamos à exaustão. Pensando bem, exageramos enormemente em seus empregos. Nem tudo é de Deus, nem tudo é/foi amor e amigos são pouquíssimos, infelizmente. Não é verdade?

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