O Padre Paulo
Há 40 anos, vim para Passo Fundo pelas mãos do Padre Paulo Augusto Farina, diretor da Rádio Planalto. Aos 23 anos, era uma enorme responsabilidade dividir o microfone na apresentação dos seus dois principais noticiários. Éramos a mais potente emissora da região, numa época sem geradoras de TV ou rádios FM. Mais do que isso, mantínhamos um padrão de qualidade equiparado à sobriedade da Guaíba e da Jornal do Brasil. Sim, integrar aquela conceituada equipe já era uma grande conquista profissional. Além da impecável produção, os requintes técnicos iam da acústica dos estúdios ao parque de transmissores, garantindo brilho e força às nossas vozes. Um trabalho reconhecido e premiado em congressos nacionais de radiodifusão. Para manter esse padrão cumpríamos muitas exigências e respeitávamos alguns limites. Colocávamos no ar uma programação elegante, moderna e muito bem elaborada. Mas tudo isso era feito por uma equipe jovem. E a moçada tinha as peculiaridades da juventude, suas rebeldias e alguns ímpetos indissociáveis dos seus talentos. Ora, então, como foi possível realizar um trabalho sóbrio com aquela galerinha? Muito simples. Com liderança e respeito, o Padre Paulo conduzia a turma com habilidosa maestria. Jamais necessitou impor-se para exercer o comando.
A Grande Família
É muito interessante lembrar que, mesmo em situações tensas, nunca ouvi o Padre Paulo erguer a voz com alguém da nossa equipe. As cobranças eram feitas com muita educação e até com bom humor. Ora, isso era mais do que o suficiente. Mesclando a sua inseparável bondade com a paciência sacerdotal, ele sabia que respeito se conquista. E foi extremamente respeitado pela equipe. Aliás, não era apenas uma equipe. A convivência fraterna nos transformou numa família. É a Grande Família Planalto, que se reencontrou na semana passada para se despedir do Padre Paulo. Ficamos órfãos, mas, com os laços fraternos que nos unem, permanecemos sintonizados numa frequência que ninguém nos tira. Assim, a Grande Família Planalto mantém o seu padrão, os ensinamentos e as belas lembranças do amigo Padre Paulo Augusto Farina.
Rodovia Tarso de Castro
Há bem mais de dez anos, li na coluna de Flávio Alcaraz Gomes, no Correio do Povo, um sintético comparativo das nomenclaturas públicas no Brasil e na França. Dizia que enquanto no Brasil reverenciavam políticos e militares, na França homenageavam os grandes pensadores e cientistas. Por isso fiquei muito feliz ao saber que o trecho da ERS-324, entre Passo Fundo e Marau, homenageia um jornalista passo-fundense. Agora é a Rodovia Tarso de Castro, segundo proposição do deputado Juliano Roso aprovada por unanimidade. Tarso já virou livro, filme e agora estrada.
Finalmente
Acreditem! Finalmente foi instalado o ar-condicionado no Bar Oásis. E eu apostava que a Transbrasiliana seria asfaltada antes disso. Perdi a aposta.
Trilha sonora
Há 40 anos a música instrumental tinha espaço na programação das emissoras de rádio. Em 1979 rodávamos o trompetista Herb Alpert: Rise
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