James Bond na Avenida Brasil
Lembram os filmes de 007, rodados na Ásia ou no Oriente, onde James Bond percorre ruelas tomadas por barraquinhas e vendedores? Esbarra em bancas, tropeça em quinquilharias e é assediado por ambulantes? Pois aqui em Passo Fundo na Avenida Brasil, eu sinto-me o próprio Bond circulando por Bangkok ou Bangladesh. Nas calçadas vou desviando mercadorias ou pequenos balcões. Cuido para não pisar nos tapetes com roupas e eletrônicos, que até lembram as ruas enfeitadas para uma procissão. Esbarro em vendedores de vale-transporte, chips telefônicos ou em pregadores oferecendo livros e fitinhas abençoadas. Sigo desviando de placas e os mais inusitados obstáculos. Quando surge um espaço sou molestado por indesejáveis vibrações sonoras de alto-falantes. Até os postes ganham placas e são decorados com balões coloridos. E, quando chove, só mesmo um bem preparado agente secreto consegue distinguir as lajotas soltas, com efeito de mina terrestre para calças, meias e calçados. Temos em Passo Fundo uma locação natural para um filme de espionagem. A Avenida Brasil é uma via comercial. De fato, é do comércio, para o comércio e onde se comercia. Mas parece um território sem lei, onde o desrespeito e a má-educação tomaram conta. Vale tudo ou será que um pouquinho de fiscalização ainda pode resolver?
Desgraça
Tragédias são catástrofes. E calamidades não podem ser transformadas em mote para discussões políticas. Antigamente caiam viadutos, agora as barragens rompem. Ora, rotular tragédias é oportunismo e até desrespeito. É óbvio que há culpados, desleixo e um desdém em relação ao meio ambiente. Isso também vale para o incêndio no Museu Nacional, no Rio. Mas é inconcebível aproveitar a desgraça para a promoção pessoal ou política. Sabe-se, há muitas e muitas décadas, que o planejamento e a prevenção são bonitos apenas nos discursos. Além disso, não há uma preocupação efetiva com a preservação da natureza. Ora, se não preservamos sequer a nossa história, imaginem o meio ambiente. Falta de interesse ou excesso de interesses?
Os pontos
Há fatos que até podem parecer normais. Uma coisa aqui, outra lá. Mas, quando conhecemos bem o histórico de alguns dos personagens que flutuam pelo cenário, se faz necessária uma avaliação cuidadosa. É bom ligar os pontos e, literalmente, desenhar uma resposta. Reunindo movimentos isolados podem surgir importantes indicativos. As novidades nem sempre representam modernidade ou inovações. E quando as pretensas novidades chegam às pencas é bom ficar ainda mais atento. Então, ligando os pontinhos, vamos compreender o porquê de ponto por ponto. Assim, haverá uma vírgula no pensamento, dando um intervalo necessário às interrogações. Depois surgirão as reticências para a compreensão que permitirá uma contundente exclamação. E ponto final.
Trilha sonora
Michel Legrand fechou a partitura. Pianista, arranjador e compositor, deixou uma obra imensa com ênfase às maravilhosas trilhas sonoras. Ganhador de três Oscar, ele teve 27 indicações ao Grammy. Legran levou a estatueta em 1969 com a trilha de Crown - o Magnífico. Na voz de Noel Harrison: The Windmills of Your Mind
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