Troca de farpas entre prefeito e vereador nas redes sociais

Críticas em relação ao sistema de Bicicletas compartilhadas foi o centro da discussão

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Uma postagem feita pelo vereador Márcio Patussi (PDT), nas redes sociais, criticando o serviço de saúde no município, gerou uma troca de farpas com o prefeito Luciano Azevedo (PSB), e notas de esclarecimentos sobre o assunto. No texto publicado às 9h34 min, de ontem, em seu perfil do facebook, Patussi sugere o cancelamento do contrato de aluguel das bicicletas compartilhadas, segundo ele, no valor de R$ 1,5 milhão, para investir o dinheiro na compra de consultas e exames na rede privada. "É pra já que a fila acaba", finaliza o texto.


A resposta do prefeito veio cerca de meia hora depois. Também utilizando seu perfil da mesma rede social, LucianoAzevedo defendeu o projeto das bicicletas e alfinetou o vereador questionando sobre os custos mensais do gabinete dele. "O vereador Márcio Patussi ataca o serviço de bicicletas compartilhadas, que atende mais de 20 mil pessoas por mês e custa aproximadamente 30 mil/mês. O gabinete do vereador também custa aproximadamente 30 mil/mês. O que é mais útil para a comunidade? O gabinete do vereador Patussi ou o sistema de bicicletas compartilhadas?”


Inaugurado em maio de 2016, o programa 'Passo Fundo Vai de Bici', conta atualmente com 10 estações distribuídas pela cidade e um total de 100 bicicletas. De acordo com o secretário de Esportes, responsável pela gestão do programa, Gilberto Bellaver, são aproximadamente 25 mil pessoas cadastradas no sistema para utilização dos veículos.


Ainda conforme o secretário, o valor mensal pago pela prefeitura, cerca de R$ 34 mil, à empresa responsável pelo sistema operacional, inclui instalação dos terminais, conserto e reposição das bicicletas e informatização das estações. Desde o início do programa, a prefeitura vem registrando uma redução


À tarde, o vereador Patussi retomou o assunto através de uma nota deominada "Não ao fim da democracia". No texto, declarou ter ficado 'espantado em relação ao tom desagradável em que o prefeito se posicionou sobre o assunto". Disse não ser contra o sistema de bicicletas compartilhadas, mas que os recursos para manter o funcionamento do projeto deve ser repensados na forma de parcerias público-privadas.
"Sabido que as receitas municipais não estão se realizando a contento, e que, desta forma, poderíamos direcionar os recursos aplicado no aluguel das bicicletas as áreas sociais. Sugestão racional e simples! "Como pessoa pública, estou sujeito à críticas da população que anseia por melhorias nos serviços públicos. Mais do que minha função como vereador, é meu dever fiscalizar as ações do governo e cobrar que recursos do município sejam devidamente aplicados para o bem-estar dos cidadãos.


Poderia aqui citar os diversos pedidos de providências que fiz em favor da comunidade, que foram ignorados. Lembrar os tantos pedidos de informações que solicitamos e recebemos com respostas vagas e incompletas. Por fim, lamento o comparativo feito pelo Prefeito Luciano Azevedo em sua rede social em relação ao trabalho do nosso gabinete, de forma desrespeitosa e longe dos princípios republicanos. Ressalto que a defesa de temas sociais será sempre a prioridade do nosso mandato", diz a nota.


Em resposta, a executiva municipal do PSB divulgou nota dizendo que as críticas feitas na rede social ao sistema compartilhado de bicicletas causa estranheza, considerando os inúmeros benefícios trazidos à sociedade passo-fundense. O partido que saiu em defesa do prefeito Luciano elencou os benefícios do sistema como a redução de congestionamentos; a melhoria na qualidade de vida dos cidadãos; melhoria na qualidade do ar, em razão da redução da emissão de CO2 emitido pelos veículos; aumento do alcance do transporte público coletivo, além de proporcionar economia ao trabalhador. O PSB também relata que a ideia do sistema de bicicletas compartilhadas surgiu em 1965, em Amsterdã, na Holanda, para a redução do tráfego de automóveis. O sistema passou a ser implementado nos EUA, em cidades do estado do Oregon, o que trouxe popularidade. “Ir contra esta proposta é ir contra o curso natural da sustentabilidade que toma proporção considerável no Brasil, bem como nos países desenvolvidos do mundo, que são campanhas constantes para a utilização cada vez maior da bicicleta como meio de transporte e de evitar doenças oriundas do sedentarismo. Isso tudo são valores incalculáveis quando comparado ao benefício produzido pelos programas de bicicletas compartilhadas como o nosso “Passo Fundo Vai de bici”, destaca a nota assinada pela executiva.

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