OPINIÃO

Dia da Caridade

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No dia 10 de maio de 2016, foi promulgada a lei Nº 5197 que institui o dia 11 de fevereiro como o Dia Municipal da Caridade na cidade de Passo Fundo. O projeto foi apresentado pelo Legislativo Municipal e a seguir foi sancionado e promulgado pelo Poder Executivo. A motivação de instituir o Dia Municipal da Caridade foi homenagear os 100 anos da primeira Conferência da Sociedade São Vicente de Paulo fundada em 11 de fevereiro de 1916.


A caridade não é invejosa, não é interesseira, não é presunçosa, nem se incha de orgulho nos escreve São Paulo na primeira carta aos Coríntios 13, 1-13. Por isso é necessário e justo reconhecer todas as obras de caridade existentes na cidade de Passo Fundo, sejam aquelas ligadas à Igreja Católica, às outras Igrejas ou à sociedade civil e aquelas incontáveis e invisíveis ações individuais. É bom parar, perceber e reconhecer que isto faz parte do cotidiano da cidade. Ignorar estas ações é fazer uma leitura parcial da realidade.


O Dia Municipal da Caridade levanta o tema da caridade e ajuda a provocar reflexões e ações. Aprofundar o tema é necessário para compreender as razões humanitárias e religiosas, pois, muitas vezes, a sua compreensão fica restrita como um gesto isolado de dar uma esmola ou de socorrer um irmão necessitado. Se fala muito no assunto devido a sua necessidade, especialmente quando se verifica a sua ausência.


A caridade faz parte da história da humanidade, é ensinada e estimulada pelas grandes correntes religiosas e humanitárias. A civilização egípcia tinha uma ideia humanitária muito elevada, cito uma inscrição do tempo da XXI dinastia, em torno de 1.000 a.C. “Fui pai para meus subordinados, porque instruí seus jovens, estendi a mão aos infiéis, assegurei a existência aos necessitados. Não provoquei terror entre meus servos, mas antes fui pai para eles; garanti os funerais dos que não tinham herdeiros e féretro para quem não possuía nenhum. Protegi o órfão que me implorava e tomei em minhas mãos os interesses da viúva”.


No cristianismo, o referencial, o dicionário para entender a caridade é Jesus Cristo. Ele é o revelador da caridade de Deus. “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele” (1 João 4,9). A caridade de Cristo resume-se em sua pessoa e na sua obra. Nos revela a sua união com Deus Pai e com os homens. Nos ensimentos de Jesus Cristo o tema da caridade está presente repetidas vezes, como também realiza ações caritativas e misericordiosas. A maior de caridade foi doar a sua vida na cruz.


A caridade é um princípio ativo da vida espiritual do cristão, pois faz parte da sua identidade. A caridade cristã é exigente por se inspirar na caridade de Cristo. Lança no coração do cristão todo o sofrimento do mundo, como uma força dolorosa, que vai rompendo as resistências do egoísmo e revela que a existência humana tem por missão amar o mundo.


Tomas Kempis (1380+1471), no livro Imitação de Cristo escreve: “Quem ama corre, voa e se alegra; é livre; nada o detém, nada lhe pesa, nada lhe custa; tenta fazer mais do que pode; não considera nada impossível, porque tudo crê possível e lícito. Por isso, pode tudo e realiza muitas coisas, diante das quais quem não ama desanima e cai”

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