As equipes da RGE realizaram, em 2018, 126 mil inspeções nas suas redes de energia elétrica para identificar adulterações e conexões clandestinas, os populares gatos. Deste total, 29.670 ligações apresentaram algum tipo de problema, correspondendo a 23,38% do total. O índice de Passo Fundo é maior: 28,08%. Das 3.362 inspeções, a empresa constatou 916 irregularidades. As inspeções são realizadas para evitar problemas na rede de distribuição de energia elétrica e garantir a segurança da população.
O foco dessas ações, contínuas em todas as distribuidoras do Grupo CPFL Energia, é evitar acidentes com as ligações precárias e que não observam os padrões e normas técnicas. As fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a quatro anos de detenção.
Além disso, para os fraudadores também são cobrados os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu o furto, acrescidos de multa. A RGE, além das demais distribuidoras pertencentes ao Grupo CPFL, tem atuado em parceria com o poder público para coibir estas práticas, inclusive com a intensificação das ações conjuntas com a Polícia Civil gaúcha.
Durante o ano passado, uma média de 81 ligações clandestinas foi detectada por dia nas inspeções da distribuidora. Mesmo que as ações policiais tenham como foco principal os clientes comerciais e empresariais, as operações da distribuidora também abrangem os clientes residenciais, que integram a maior parcela dos clientes ativos.
Segundo o Gerente de Serviços de Recuperação de Energia da RGE, Alexsandro da Silva Souza, uma vez identificada qualquer tipo de alteração na medição da energia consumida, são realizados os cálculos da quantidade de energia furtada e fixada a cobrança do valor que não passou pela medição. "O Grupo CPFL utiliza modernas tecnologias que, através de algoritmos, identificam possíveis sinais de desvio de energia, além da instalação de medidores que mostram, de forma imediata, uma manipulação indevida no equipamento ou o não registro de algum valor consumido“, explica Souza. Desta forma, as inspeções são realizadas buscando ter o maior nível de assertividade.
Para identificar os fraudadores, além das inspeções de campo, os profissionais trabalham com o cruzamento de dados de consumo e inteligência artificial, que permitem identificar com mais precisão possíveis fraudes. Geralmente os casos que apresentam irregularidades constatadas nas inspeções já apresentavam indícios no levantamento prévio feito pelos sistemas do Grupo CPFL, controlador da RGE.
Segurança
Rastrear e fazer o desligamento dessas ligações clandestinas é uma questão de segurança para a população. Também ajuda a evitar curtos-circuitos que afetam a rede e que, em muitos casos, provocam o desligamento e a queima de equipamentos e eletrodomésticos de ruas inteiras, além do risco de incêndio de imóveis destas localidades.
Consumidores que adotam esta prática, popularmente conhecida como "gato", também estão colocando em risco as suas vidas e da população. Pessoas não habilitadas que tentam manipular o medidor de energia ou realizar ligação direta na rede elétrica correm o risco de choque e acidentes graves, que podem ser fatais.
As ligações irregulares também são responsáveis pela sobrecarga da rede de energia elétrica que deixa o sistema de distribuição mais suscetível à interrupção. A regularização destes clientes não apenas traz cidadania para essa parcela da população, como também beneficia todos os consumidores com um serviço de melhor qualidade.