Uma proposta de reforma previdenciária complexa e cheia de detalhes, uma das mais completas na visão de muitos especialistas, mas que precisa de dedicação dos parlamentares na análise de todos os detalhes. A reforma da previdência chegou ao Congresso ontem pela manhã, nas mãos do presidente Jair Bolsonaro. O economista Ginez de Campos avalia que é consenso sobre a reforma providenciaria que ela é necessária e urgente para evitar um colapso fiscal. “As mudanças no perfil da pirâmide demográfica com o alongamento da perspectiva de vida impõe essa reforma”, disse. A questão, segundo ele, é que o problema não está nas propostas para a previdência do trabalhador do setor privado. “O maior desafio será enfrentar o corporativismo dos servidores públicos principalmente aqueles ligados ao Legislativo e ao Judiciário onde se encontram os maiores privilégios”. Ginez adverte que em relação a proposta da capitalização individual para previdência é preciso considerar o fracasso da experiência chilena para não cometermos os mesmos erros. Outra questão que é preciso debater é o interesse oculto do sistema financeiro que será o grande beneficiado com os recursos canalizados para a previdência privada e os fundos de pensão.
Resistência
Na avaliação do especialista, haverá muita resistência corporativista em relação a esta proposta inicial e, provavelmente, o governo terá que realizar futuras adequações. “A proposta é muito interessante do ponto de vista econômico e financeiro visando resolver a nossa grave situação fiscal, mas infelizmente trará algumas consequências do ponto de vista social”, afirmou.
Prazo
Dificilmente, a proposta será aprovada integralmente e o Congresso deve fazer alterações. Pela complexidade do projeto que altera a Constituição, a Câmara não deve cumprir o prazo inicial proposta pelo presidente Rodrigo Maia, de votar até maio.
Líder do governo
O vereador Ronaldo Rosa, Solidariedade, vai exercer a liderança do governo na Câmara de Vereadores pelos próximos 30 dias, período em que Alex Necker, PCdoB, estará licenciado. Ronaldo recebeu “com muita honra a missão de representar o Executivo” e que vai atuar não somente rebatendo críticas da oposição, mas que o trabalho será focado na positividade, valorizando boas ações.