Os alertas para a necessidade de cuidados que não são atendidos por boa parte da população deixam o município em situação de alto risco para a dengue, zika e chikungunya. O último Levantamento rápido de índices para Aedes aegypti – LIRAa alcançou o índice de 4,3, enquanto no levantamento anterior, feito em outubro do ano passado, o índice era de 0,8. No levantamento, além dos focos do Aedes aegypti, foi encontrado um foco do mosquito Aedes albopictus, que também transmite as três doenças. No Estado, conforme o último levantamento, já são 14 casos de dengue, dos quais quatro foram contraídos dentro do Rio Grande do Sul, um deles em Marau.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin, a previsão já era de aumento do índice em função do número de focos de mosquito encontrados, no entanto foi maior do que o esperado. Desde 2014 o Ministério da Saúde elaborou um sistema em que os municípios infestados sorteiam aleatoriamente quarteirões em todos os bairros para serem visitados. Nestes quarteirões 20% dos imóveis são vistoriados, conforme metodologia específica. A amostragem é de aproximadamente 2,2 mil imóveis que são visitados em uma semana em Passo Fundo. Desde o ano passado são realizados quatro levantamentos anuais para esta verificação. A evolução do índice foi de 0,2 em agosto e 0,8 em outubro de 2018, para 4,3 em janeiro.
O índice indica alto risco de epidemia de dengue, zika e chikungunya. Em contrapartida, o que se percebe nas visitas é que ainda não há a conscientização da população para os cuidados contra a proliferação dos mosquitos. “Temos um problema sério na cidade com relação a lixo, entulhos, caixas d’água abertas. Enquanto as pessoas não se conscientizarem vamos ter sim risco de epidemia das doenças”, afirma. Em Passo Fundo já há um caso de dengue confirmado, de uma pessoa que viajou para o Mato Grosso, e outro suspeito está em análise.
A Vigilância continua com as visitas, fazem orientação, eliminam recipientes com água parada e fazem a aplicação de larvicida quando necessário. Além disso, há aplicação de notificações e multa, quando os casos não são resolvidos apenas com as orientações. “As pessoas acham que o município não tem o mosquito da dengue. Somos município infestado e temos caso de dengue importado e se a fêmea encontrar essa pessoa com o vírus ela pode disseminar o vírus para outras pessoas”, explica.
As orientações são de eliminação de qualquer recipiente que possa acumular água. Além disso, as pessoas devem estar atentas para o acondicionamento de lixo, entulhos e pneus. Esses três tipos de materiais podem acumular água que, mesmo em pequenas quantidades, pode servir de criadouro para o mosquito. Outro cuidado é relacionado às caixas d’água que devem ser bem vedadas e o tratamento adequado em piscinas.