OPINIÃO

Privilégio dos bancos

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Parece que tudo emperra, na urgência de reformas do país, quando se trata de mexer em privilégios dos banqueiros. Os favores fiscais e a exagerada tolerância do estado em relação aos débitos previdenciários preservam imunes os bancos à cota de colaboração exigida da força de trabalho. Aos bancos historicamente sempre os privilégios não redistribuídos ao povo, que paga o poder concedente. São 130 bancos no Brasil. Mas apenas 5% destes concentram o fabuloso lucro de 40 bilhões no ano. A dívida doméstica sofre pesados juros no cartão de crédito, instrumento considerado legal, mas que é indecente. Não se cogita em negar o lucro, mas o sistema bancários é o único imune ao risco, também inerente ao sistema capitalista. Quem comanda os poderes sabe que o custo financeiro ao assalariado médio e mais pobre é iníquo. A reforma previdenciária só terá coerência se apresentar alguma forma de participação dos bancos.

 

História e arte no carnaval
A sombra mais lúgubre que encobriu a história humana no Brasil voltou à representação artística do cenário carnavalesco. Os ritmos de ancestrais do samba ecoaram como indignação da natureza existencial em sonhos revoltos que misturam amarguras em denúncia. O canto na avenida, lamento e embalo de esperança, retratou a brutalidade dantesca que dominou a Pátria em séculos de sua maior catástrofe. A dor étnica é reproduzida sem ódio, e o justo brado libertário ecoa forte e fraterno em forma de arte. A escravidão abalou os africanos subjugados e submetidos a todo o suplício. A Lei Áurea foi marco de lutas e heróica resistência ao mal que sufocou a população negra, mas não mudou a mentalidade soberba e exploradora. Esta ainda mantém seus tentáculos estendidos a toda geração sem acesso ao poder. O carnaval transformou-se em forma renitente de luta dos oprimidos, negros e brancos, que anunciam o direito em marcha de sonhar com dias melhores.

 

Prioridade irreversível
Propositadamente acompanhei o debate na Comissão de Educação de nosso Senado, em audiência pública presidida pelo senador Dárcio Berger, MDB/SC. A figura central foi Ricardo Vélez Rodrígues, um histriônico ministro da Educação, com sotaque boliviano. O ministro apresentou resultado de estudos sobre o quadro de gestão educacional, bem mais sóbrio que os recentes devaneios e leviandades publicadas e com devidos arrependimentos. É dura a realidade que avalia em 38% de analfabetos funcionais (incapazes na interpretação de textos) dos que ingressam no ensino superior. É o retrato da falta de exigência no ensino básico e médio, em relação a alunos, professores e pais. As afirmações do governo indicam subjetividade ideológica assentada em atitudes estranhas impingindo culpa ao domínio da ideologia. Escancara método insólito de convencimento por meios de inusitada disciplina cívica incompatível com nossa doutrina educacional. O senador Randolfe (REDE) citou esteios recomendados mundialmente – Anísio Teixeira, Paulo Freire e Darci Ribeiro. Há muito a ser debatido para a educação brasileira como prioridade irreversível.

 

Mulher flor e árvore
É válido o esforço dos homens expressando delicadeza e lirismo ao doce mistério feminino. Buscamos, quem sabe, compensar grosserias culturais, frequentemente ofensivas. As revelações das valorosas manifestações femininas andam mais rápidas e mostram o cerne da mulher fortaleza, flor e árvore, símbolos de vida. De todas as formas, como diz Hernandez, em Martin Fierro: “No se allará uma mujer/ a la que esto no le cuadre;/ Yo alabo al Eterno Padre,/ no porque las hizo bellas,/ sinó porque a todas ellas/ les Dió corazón de madre”.

 

Saneamento
É fundamental a obra de saneamento básico. Uma das etapas é a complementação das ligações das propriedades particulares ao sistema de coleta. É momento significativo de Passo Fundo.

 

Fraternidade 2019-03-06
“Nos últimos anos, muitos dos direitos conquistados pelos trabalhadores estão sendo violados, e os cidadãos têm dificuldades de compreender e mobilizar-se para a defesa do bem comum, principalmente para a população mais frágil de nossa sociedade”. Prestação de Contas – Arquidiocese de Passo Fundo.

 

Gostou? Compartilhe