Dizer que a Rádio Planalto de Passo Fundo vive um casamento que dura meio século é celebrar relação forte na comunidade regional. Oficialmente levada ao ar em 5 de abril de 1969, com seu prefixo de raiz – ZYH 211, na freqüência de 1470 Khz e potência de 5Kw na antena, a rádio católica emergia como novidade carregada de expectativas para a comunicação. Na época era a mais nova das três emissoras radiofônicas. Fizemos parte da primeira equipe de locutores, repórteres e redatores. Resolvi encarar o desafio como propósito de realização profissional, além de desejo onírico. Era preciso vencer o medo da responsabilidade social partindo da própria incipiência. Profissionais experientes, como Francisco Delmar Kotelinski, Carlos Weissheimer e Duarzan Bitencourt D’Ávila (já falecidos) ajudaram muito. Tudo era motivo para emoção séria em plena juventude, a partir dos testes de habilitação enfrentando centenas de concorrentes. Ocupei a última vaga de locutor (um sonho realizado), entre tantos talentosos colegas como Guaraci Teixeira Sebem, João A. Reichembach da Silva (falecido), José Ernani de Almeida, Epaminondas Xavier, além dos veteranos. A programação nova, repleta de música e informação, tomava conta dos ares da região. Um quadro profissional foi reforçado nos primeiros meses, entre técnicos, operadores de som e administração presidida pelo saudoso Paulo Augusto Farina, garimpeiro de valores. Consegui mostrar esforço de habilitação contando com base escolar à qual tive acesso como seminarista no seminário de Fátima, onde cursei o colegial e científico. Era boa base onde se aprendia línguas (latim, grego) e noções de sociologia e filosofia. Apreciava teatro e música. Lavei banheiro, cultivei hortaliças, plantei árvores e foi servente de pedreiro. Tive adolescência feliz, jogando futebol e até basquete.
Múcio de Castro
Assumi, de cara, compromisso de uma transmissão externa. Foi um baque na minha pretensão ingênua. Não conhecia pessoalmente o diretor de O Nacional, Múcio de Castro. Ele percebeu minha aflição (no evento) e começou a ditar o texto, que anotei impressionado com a precisão e clareza das palavras. Foi um sucesso, o que seria um desastre. Assumi decididamente o dever de elaborar texto, e aprender a transmissão externa. Evolui, na base do esforço e dedicação. Mais tarde agradeci a ajuda inspiradora do grande jornalista. É preciso querer a sorte de aprender a comunicação responsável.
Cultura
As circunstâncias da época exigiam habilidade na informação frente à censura tola da ditadura. Nosso departamento de notícias preocupava até o bispo que mitigava momentos de ousadia. A música, no entanto, foi flanco de mensagens de uma época de rebeldia internacional. Muitos sucessos nacionais, (sempre sob o crivo dos censores) e magníficos sucessos internacionais. A música italiana estava em alta. Na época não havia o Google para conferir versões musicais. O José Ernani sabe bem o papel da música como entretenimento e mensagem social. Lembro que se fazia versão no ar, em transmissão direta. Entre tantos sucessos menciono o romantismo universal de Peppino Gagliardi, nos anos 70: “Come le Viole” (como as viletas) e “...como as violetas, tu retornarás..!” Aprendia-se italiano, inglês e Francês de forma lúdica.
Rádio moderna
Peço desculpas por deixar de citar nomes de grandes comunicadores, que foram muitos, além dos que (hoje) levam adiante a Planalto, modernizando sempre este cinqüentenário veículo. Parabéns a todos e que continuem os passos firmes renovando compromisso de ajudar na felicidade de nosso povo. Nossa homenagem.
Temer
Lavagem de dinheiro, peculato e corrupção. Poucos acreditavam que Temer e seus 12 discípulos fossem processados. Há muitas circunstâncias a serem apuradas. É bom lembrar que o ex-presidente septuagenário tem o benefício legal por idade, no caso de prescrição.
Mulher
O que é que deu nessa gente. Autoridade constituída ultrajando genericamente as mulheres. E o pior, parece que não bebem!