Diretores se reúnem para debater bullying nas escolas

Encontro foi promovido pelo Ministério Público e trouxe autores para falar sobre empatia na resolução de conflitos

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Reunião foi realizada no auditório da Faculdade Anhanguera, na tarde de ontem (11)Reunião foi realizada no auditório da Faculdade Anhanguera, na tarde de ontem (11)
Reunião foi realizada no auditório da Faculdade Anhanguera, na tarde de ontem (11)
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Empatia e maniqueísmo. A ausência do primeiro e a presença do segundo são as duas causas identificadas, pelo psiquiatra e professor de Medicina, Jorge Salton, como a origem de conflitos. Os conceitos foram trabalhados pelo especialista em reunião com diretores das escolas estaduais, municipais, particulares e assistenciais de Passo Fundo, na tarde de ontem (11). O objetivo do encontro, promovido pela Promotoria de Justiça Regional de Educação, foi de analisar e discutir medidas de combate ao bullying nas escolas. 

 

Além de Salton, o evento contou com a presença dos escritores Pablo Morenno e Adelmir Sciessere. Os três são autores do livro “Vaivém – a empatia para a superação de comportamentos violentos como ‘bullying’ e o ‘mobbing’, e para o aumento da sensação de bem estar e de felicidade”.


De acordo com a promotora de Justiça Ana Cristina Ferrarezi, o encontro com os educadores procurou retomar dados de um projeto anti-bullying que vem sendo desenvolvido há três anos nas escolas da cidade e proporcionar um diálogo com os autores dos livros. “Há três anos estivemos aqui reunidos com as escolas e com os autores quando foi lançado o livro. Lançamos a ideia de cada escola fazer um projeto que pudesse mobilizar a comunidade escolar no sentido da prevenção, do enfrentamento e também de encaminhamento dos casos de bullying”, relembrou.


Vários projetos foram recebidos e alguns estão sendo encaminhados. “Não [é um projeto ]extremamente rápido, mas ele é progressivo e tem trazido resultados profícuos tanto na rede estadual, quanto municipal, quanto particular. É um projeto permanente. Temos que dar continuidade”, esclareceu a promotora.

 

Empatia
Na ocasião, Salton falou sobre um método que ele desenvolveu para resolver conflitos. O procedimento do médico prevê algumas etapas: a primeira delas é a identificação do problema. Ou seja, o que está causando o conflito social. O segundo é a identificação do sentimento que esse problema está causando. Após essas duas etapas, o psiquiatra prevê a análise, a solução e a ação do conflito.


Para melhor trabalhar com a análise desses conflitos, que podem envolver bullying e formas de discriminação do outro, Salton trouxe dois conceitos: empatia e maniqueísmo. Para o médico, quando há conflito é porque falta empatia e sobra maniqueísmo.
O maniqueísmo é definido, pelo especialista, como um sentimento infantilizado presente em todos os seres humanos. Esse sentimento tende a separar bom e mau. Também se caracteriza por generalizações, reducionismos, dogmatismos e ausência de autocrítica.


Para ilustrar, o médico trouxe exemplos concretos como as discussões políticas acirradas e o sentimento dos indivíduos que agem como se fossem os obtentores da verdade e de todo conhecimento do universo. “É mais fácil lidar com os problemas se a gente consegue identificar esses fenômenos”, acrescentou Salton.

 

Travesti e transexuais
Apesar de não ter dados efetivos, além de que muitas situações de bullying não chegam ao conhecimento do sistema judiciário, a promotora de Justiça afirma que no momento, há muitos casos de aluno contra aluno. “Existem ciclos. Agora tem chegado muito bullying em relação à travesti e à transgêneros. Isso tem causado dores muito grandes que muitas vezes até levam a prática de suicídio ou doenças mentais graves. O que queremos também é desmistificar um pouco que não basta apenas respeitar o outro nas suas diferenças, é necessário acolhê-lo e incluí-lo”, enfatiza Ana Cristina Ferrarezi.

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