A liberdade de crença, seja ela de origem religiosa, filosófica ou ideológica, é um dos direitos humanos mais importantes. Constitui aquilo que ficou conhecido na história como uma das liberdades fundamentais expressas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora nem sempre toda a variedade de crenças seja respeitada, especialmente tratando-se das religiões de matriz africana, ainda pouco compreendidas. É para lutar contra essa intolerância e oferecer um espaço de reflexão sobre o direito à liberdade de crença e expressão que a Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) promove, pela primeira vez, o Seminário de Direitos Humanos e Religiosidade Popular. O evento acontece nesta terça-feira (16), a partir das 19h, na Universidade Federal da Fronteira Sul. Toda a comunidade é convidada a participar de maneira gratuita.
A mesa de debates será composta por líderes de diferentes religiões, entre eles o pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Adélcio Kronbauer; o babalorixá da Comunidade Tradicional de Terreiro Ilê Axá Orixá Urê, Bàbá Hendrix Silveira; a monja oficial do Soto Zen Japonês, Monja Isshin; a vice-diretora do Instituto de Teologia e Pastoral, Selina Dalmoro; o dirigente do Centro Espírita Dias da Cruz, Paulo Afonso Eberhardt; o presidente da Sociedade União Israelita de Passo Fundo, Berel Natan Engelman; e o presidente da Sociedade Beneficente Mulçumana de Passo Fundo, Radwan Mohamed Jehani.
Cada um dos palestrantes tem em torno de quinze minutos de fala para conversar sobre o modo com que a religiosidade popular se manifesta em suas religiões. Em seguida, o debate será aberto para participação do público, que poderá compartilhar vivências pessoais em torno do assunto e de como sua religião é vista dentro do município. A intenção é fortalecer a construção de estratégias que façam frente às práticas agressivas e de exclusão, que violam o direito da liberdade de crença. “Nós excluímos justamente aquilo que não conhecemos. Quando percebemos que a religiosidade do outro também tem o belo e o significativo, começamos a respeitar e deixar de ver como ameaça e sim como o encontro de expressão dentro de uma cultura. Então, trabalhar a religiosidade popular a partir da perspectiva dos direitos humanos é a oportunidade de abrir um leque de reflexão que sai do simples viés da crença e passa também pela discussão acerca de liberdade de expressão e da dignidade de vida”, justifica a coordenadora de formação do CDHPF, Edivânia Rodrigues, sobre o objetivo do seminário.
O seminário integra o curso de Agentes Promotores de Direitos Humanos, organizado pelo CDHPF, e visa preencher uma lacuna presente no cronograma da formação, conforme comenta Edivânia. “Articulamos o seminário porque percebemos que a temática da espiritualidade e religiosidade popular não estava contemplada no conteúdo e sabíamos o quanto era importante pensar a questão dos direitos humanos em um momento em que a gente vive uma intolerância frente às religiões, especialmente as de matriz africana”.
Programação do evento
• 19:00 – 19:30: Credenciamento
• 19:30 – 19:40: Abertura
• 19:40 – 20:50: Intervenções da mesa
• 20:50 – 22:00: perguntas, demais contribuições e encerramento