Desde 2017, a acadêmica Gabriele Costa concilia os estudos com o estágio obtido através do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). O Centro desenvolve iniciativas socioeducativas para a capacitação e inserção de jovens no mercado de trabalho. Em Passo Fundo são mais de três mil empresas conveniadas e mais de 12 mil jovens interessados em uma vaga nos programas de estágio e aprendizagem. “Com o início da faculdade e com os estudos resolvi me dedicar mais, após mais ou menos um ano, comecei a estagiar. O estágio te abre portas e mostra novos desafios, que como estudantes é bom termos para não ficarmos apenas nos ensinamentos de sala de aula”, conta.
De acordo com o supervisor executivo do CIEE do município, Adriano Lírio, apesar da crise econômica do país, as empresas ainda possuem um alto nível de contratação destes jovens. Hoje, a cidade possui 72 vagas em aberto para estágio. A empresa tem o papel fundamental de desenvolver atividades compatíveis com o curso que o acadêmico frequenta. “As empresas buscam contratar estagiários proativos, que saibam trabalhar em equipe e cumpram os horários estabelecidos. O objetivo de uma empresa hoje é efetivar o estagiário no futuro”, salienta. A área mais procurada, tanto pelas empresas quando pelos jovens, é a de serviços, seguido pela área de saúde e da educação.
Para Gabriele, que desempenha atividades administrativas, auxilia na produção de informativos, atualizações e matérias para o site, o estágio de dois anos já se encerra em julho. Ainda assim, o objetivo é não ficar parada e procurar novos desafios. Ela, que começou a trabalhar ainda em 2016, na padaria de um supermercado, deixa uma dica para os futuros profissionais. “Não desista. Mesmo que o primeiro trabalho não seja o que você sempre quis, é um aprendizado que leva para a vida. O estágio abre os olhos, alia teoria e prática, impõe novos desafios e nós nos sentimos muito bem quando conseguimos superá-los. Eu já possuía cadastro no CIEE e isso me ajudou muito, pois em menos de um mês eu já estava trabalhando, e ainda na minha área”, pontua a acadêmica.
O CIEE, como agente de integração, faz toda a formalização do contrato entre os estudantes e as empresas. No estágio, que é até dois anos, o estudante vai ter um supervisor na empresa, além de um professor orientador no curso que também deve acompanhar as atividades desenvolvidas regularmente. Para realizar o estágio é necessário que o usuário tenha faixa-etária igual ou superior a 16 anos, que esteja regularmente matriculado e frequentando cursos do Ensino Médio, Técnico ou Superior. Além disso, a carga horária não deve ultrapassar seis horas diárias.
Aprendiz Legal
Outra forma de inserção dos jovens no mercado de trabalho é através do Aprendiz Legal, que em Passo Fundo já conta com mais de 400 aprendizes ativos. O programa é destinado a adolescentes e jovens com idade entre 14 a 24 anos, regularmente matriculados ou que tenham concluído o Ensino Fundamental. Para pessoas com deficiência não há restrição de idade.
Implantado no Estado em 2008, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o programa é amparado na Lei da Aprendizagem e tem o objetivo de proporcionar vivências práticas e teóricas que auxiliam no desenvolvimento dos jovens aprendizes. A carga horária não deve ultrapassar quatro horas diárias.
As empresas, por sua vez, associam a responsabilidade legal da contratação de aprendizes com a responsabilidade social. Durante o processo de aprendizagem, o usuário participa de encontros, troca experiências em grupos, é acompanhado permanentemente pela entidade formadora e empresa, tendo atendimento individualizado e avaliações formativas e processual.
Quer entrar no mercado de trabalho?
O CIEE de Passo Fundo atende em média de 80 a 100 estudantes por dia. A dica de Lírio é estar sempre bem preparado para ir bem nas entrevistas e conseguir a aprovação. Quando o estagiário é contratado, a empresa já está ciente que deve fornecer todo o treinamento e aprendizado necessário. “Quando mais cedo o jovem começar, mais experiência vai adquirir e mais preparado para a vida profissional ele vai estar. E quando falo em trabalhar cedo, é ter um local com uma carga horária reduzida para que o jovem também possa estudar. Além disso, sempre tenha uma boa rede de relacionamentos, para ter boas referências. Por último, sempre esteja bem atualizado. As mudanças ocorrem de uma forma muito rápida e quanto mais o jovem se atualizar e estudar nas mudanças, um profissional melhor será”, acrescenta.
Estado
Com 110 unidades de atendimento no Estado, a instituição já beneficiou mais de 1.500.000 jovens, integrando os mesmos ao mundo do trabalho através dos programas de Estágio e da Aprendizagem. Em 2005, atingiu a marca de 1 milhão de estudantes colocados em estágios.