Do nada para lugar algum
O governo de Jair Bolsonaro começou envolto pelo otimismo e carregado de esperança pela retomada da economia. Quem votou em Bolsonaro quer o fim da corrupção, quer que o Brasil volte a crescer e a geração de novos empregos. Quer menos estado e mais iniciativa privada. Quer que ande para frente e nada mais. Parece simples, mas não é. Não há tarefa fácil para complexas mudanças numa Nação cujas dimensões geográficas são continentais e a diversidade do seu povo significa quase dizer que temos vários países dentro de um só. E sabendo não ser tarefa fácil, o governo poderia ao menos não atrapalhar a si próprio. O atropelo da pauta ideológica ou de costumes é um erro estratégico sem precedentes na história. Está se deixando de lado o que realmente importa e setores da economia, que apostaram as fichas no atual governo, já se ressentem das dificuldades que ainda estão por vir. O governo precisava apenas abraçar a onda otimista do inicio e fazer o seu trabalho bem feito no direcionamento proposto durante a campanha. Ao contrário, deslumbrado com o poder está se deixando levar por babaquices e brigas que saem do nada para lugar algum.
Efeitos da inversão de pauta
* Mercado reduz pela 8ª vez a previsão de expansão do PIB. De 1,95%, para 1,75%.
* BNDES não atenderá indústrias de máquinas agrícolas e não vai liberar mais recursos para o Moderfrota. O pedido foi feito na Expodireto (R$ 2,5 bi). Setor busca alternativas às vésperas de outra grande feira a Agrishow.
* A redução do questionário do Censo 2020 indica um apagão estatístico no país. Mas para que serem dados estatísticos? Para formular políticas públicas em todas as áreas. Menos informações, menos trabalho para o governo.
Governo paralelo
Compreendendo o total despreparo e a dificuldade de articulação do governo, o Congresso Nacional se movimenta no sentido de um governo paralelo, já apoiado por forças importantes da economia. Articulados por Rodrigo Maia (DEM-RS), o velho Centrão, com apoio de oposicionistas começa a dar as cartas. No caminho, além da Reforma da Previdência vem a Reforma Tributária do jeito que eles querem e a retirada de poder do presidente da República. Já começou pelo orçamento impositivo aprovado nas duas Casas Legislativas e seguira com o crivo na permissão que poderão ser editadas pelo presidente. Controle é a palavra chave.
Respostas na audiência
Deputado estadual Sérgio Turra, PP, alerta para a necessidade de se entender o projeto Parcerias RS, que inclui a concessão da ERS 324, sob pena de perdermos o bonde da história. Segundo ele, a proposta é bem clara e prevê que a obra de duplicação entre Passo Fundo e Marau seja concluída em até oito anos e não iniciada a partir do 8º ano de concessão, como está sendo dito. Além disso, chama a atenção para o deságio que o preço inicial da tarifa do pedágio (R$9,64) poderá sofrer, a partir do interesse de várias empresas. A audiência para esclarecer todos os pontos do projeto será no dia 2 de maio, no auditório da biblioteca da UPF.
Unidade pedetista
O vereador Luiz Miguel Scheis defende que a atual composição do diretório do PDT seja mantida como está, com algumas exceções. As vagas podem ser indicadas tanto por ele quanto pelo vereador Márcio Patussi. Segundo Luiz Miguel, tentar compor um diretório diferente do que já existe é dividir o partido neste momento. “Existe um movimento de históricos trabalhistas que defendem a minha candidatura para prefeito, mas entendo que o Patussi está cacifado para a campanha, depois do belo desempenho que teve como candidato a deputado federal”, completou. É hora de unir forças e não dividir, disse Scheis, referindo-se a movimentação de Patussi para compor uma chapa.
Verbas
O deputado federal Maurício Dziedricki (PTB) destinou recursos para a área da saúde de Passo Fundo. Referente à emenda da Bancada na Câmara dos Deputados, serão R$ 75 mil investidos no custeio dos serviços do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes e outros R$ 75 mil na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.
Durma com um barulho destes!
O governo fecha informações sobre a Previdência e diz que só abre dados considerados sigilosos na Comissão Especial que ainda será instalada na Câmara dos Deputados. Reação da oposição que prometeu, inclusive, ingressar na Justiça pode atrasar ainda mais a votação do parecer na CCJ, marcada para esta terça-feira. Além disso, o governo aceita mudar quatro dos cinco itens levantados pelo Centrão.