As expectativas positivas de venda, que antecediam o feriado de Páscoa deste ano, não se concretizaram nos supermercados gaúchos. Enquanto o balanço geral de vendas de todo o Estado, divulgado Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), aponta para uma estagnação na comercialização de itens típicos da data, em Passo Fundo o cenário é ainda menos animador: o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do município (Sincogêneros) estima que as vendas tenham diminuído 5% em relação ao mesmo período de 2018.
Presidente do Sincogêneros e proprietário de um supermercado local, Celso Marcolan salienta que a queda é somente nos produtos típicos da festividade. “Outras compras, como carnes e bebidas, nós vendemos bem. A queda principal foi nos ovos de Páscoa. Acredito que seja porque eles estão muito caros neste ano. As pessoas preferiram comprar outros tipos de chocolate, como caixas de bombons e até mesmo os ovos artesanais, que estão em alta e se tornaram uma concorrência forte dos ovos tradicionais”, esclarece.
No cenário estadual, apesar do crescimento zero, o resultado das vendas de Páscoa no setor não chega a surpreender o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. Segundo ele, o varejo apostou alto no volume de compras, confiando na ocorrência da data festiva em abril (período de maior frio, propenso ao consumo de chocolates) para antecipar a exposição de itens típicos e despertar mais cedo o espírito de Páscoa nos gaúchos. “O que percebemos, entretanto, foi uma concentração muito grande das compras na última semana, já que cerca de 80% dos gaúchos adquiriram os produtos de Páscoa nos últimos dias”, observa. “Os supermercados adquiriram 5% mais ovos de chocolates do que em 2018 e a sobra deste produto foi de exatamente 5%”, acrescenta.
Mesmo que em linhas gerais as vendas de Páscoa não tenham crescido, alguns produtos registraram boa procura e atingiram as expectativas de incremento em vendas: as caixas de bombom (+4%), a carne para churrasco (+4%) e as bebidas (+3,5%), além dos pescados comercializados para a Sexta-feira Santa (+5%), foram alguns dos destaques. “Entre os ovos de chocolate, as opções menores e mais baratas, com até 150 gramas, foram as líderes em vendas”, explica Longo. Para o supermercadista, ficou evidenciada a intenção dos consumidores de presentearem mais pessoas do seu convívio, mas com presentes mais baratos. “A simbologia do presente foi mais importante que seu tamanho ou preço”, conclui.
Expectativa parcialmente concretizada
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Passo Fundo (CDL) previa um crescimento em torno de 10% nas lojas do município, em relação às vendas de Páscoa do ano passado. No entanto, de acordo com a presidente da entidade, Carina Sobiesiak, a expectativa se concretizou apenas pela metade. “Nós finalizamos com 5% de crescimento. Ficou aquém do esperado, mas o ponto positivo é que ainda assim houve um crescimento acima da inflação que estamos vivendo hoje. Embora as pessoas ainda estejam controlando os gastos, notamos que elas não foram tão cautelosas quanto antes”.
Ainda de acordo com a presidente, os chocolates ainda são a preferência dos consumidores, seguidos dos calçados, confecções e brinquedos. “Conversando com alguns lojistas, percebemos que aqueles que tinham mais variedade de opções em relação aos ovos de Páscoa tiveram resultados melhores. Inclusive, alguns ovos com brinquedos novos se esgotaram bem rápido. Isso mostra que a prioridade ainda é presentear as crianças com as variedades do mercado. Outra tendência que observamos é a compra de chocolates em quilo; as pessoas têm optado por montar os ovos de chocolate em casa”, comenta.
Agora, o comércio começa a se preparar para o Dia das Mães. Ocorrido sempre no segundo domingo do mês de maio, a data representa o segundo recorde de vendas no município, perdendo apenas para o Natal, conforme estimativa do CDL.