OPINIÃO

Lula continua condenado

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A decisão do STJ, reduzindo o tamanho da pena aplicada em uma das condenações do ex-presidente Lula, não reduz o rigor da penalização. A previsão de que o detento alcance progressão no regime carcerário teve efeito ponderável e mais pessoal. A conotação de mérito da condenação permaneceu, a despeito do reconhecimento parcial do recurso de defesa. Por isso não há euforia no meio lulista, apenas esperança de que algo muito mais grave não venha a se concretizar. A situação real do ex-presidente petista, no entanto, está sob espectro sombrio de uma segunda condenação em segunda instância. Nesta expectativa de defesa é provável o lapso temporal até o julgamento em segunda instância do caso de Atibaia, a propiciar a progressão ao regime semiaberto, com liberdade para trabalhar de dia e recolhimento noturno. Isso, até que se decida sobre o recurso da segunda condenação, além de vários processos em que o réu é acusado. Situação, portanto, muito grave!

 

Os estigmas
O desastre humano da intolerância que abala o Sri Lanka é absurdo e intolerável, mas precisa ser enfrentado com o pensamento da tolerância. Injustificáveis os atentados às mesquitas e o massacre dos cristãos de Colombo, ao sul da Índia. Todas as condutas extremistas tendem ao agravamento do ódio globalizado. Um dos movimentos perigosos é externado oportunisticamente no Brasil. Entenda-se como graves as manifestações do deputado Eduardo Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo, nas redes sociais. Ambos atribuem ao extremismo islamita a conotação marxista. Convenhamos, é forma de reforçar ódio através de estigma político partidário.

 

Movimento perigoso
O Brasil, que se mantém equidistante ante divergências sociológicas religiosas entre árabes e judeus, não pode ceder terreno à corrente política nascida nos USA. Lá se criou a onda temerária que usa a religião para a política de oposição ao terrorismo. Na verdade estimula o ódio que pretende objetivo econômico de dominação. O modo adotado, segundo Zygmunt Bauman, é utilizado para fomentar o medo e vender produtos de origem norte-americana, além do acesso ao petróleo. No Brasil a paz pode ser fragilizada se esses tresloucados agentes públicos (Eduardo e Ernesto Araújo) continuarem instigando na base do “vulgum pecum” (rebanho vulgar) a opinião nacional, ainda alheia a uma briga inglória.

 

Crise muçulmana
O abismo da insensatez humana de uma minoria vem abalando a multidão que soma mais de 1,5 bi, que professam o islamismo. Internamente há confronto entre muçulmanos seculares, moderados e radicais (sunitas e xiitas). Observadores mais dedicados ao problema que inclui relacionamento religioso, recomendam incentivo aos seculares e moderados. Estes podem influenciar diretamente os radicais. Na mesma interpretação, cuidar da responsabilidade e prudência em relação ao radicalismo que usa o cristianismo como estimulador de uma cruzada inconsequente e antissocial.

Saneamento
A composição das cidades é a evolução dos tempos céleres influenciando no estreitamento das relações entre as pessoas. Vizinhos se enxergam, há encontro nas praças, nas escolas, ruas, comércio, lazer e transporte. Acontece que a concentração de pessoas gera repercussão no meio de vida. A necessidade básica do saneamento passa a ser uma condição básica muito mais relevante. No mundo urbanizado nem metade da população tem saneamento. O primeiro sinal de desenvolvimento passa pelas condições de canalização, coleta e tratamento do esgoto. O saneamento tornou-se o brado de socorro da população. Sem as condições mínimas, sobrevém a doença, com o perigo da propagação de ratos, mau cheiro, enfim a epidemia. Estão aí a dengue, leptospirose, hepatite, diarreias, e outras infestações explosivas. Além disso, a autoestima da grande maioria dos moradores da cidade começa com o adequado destino e tratamento do esgoto residencial. No Brasil estima-se que são gastos mais de um bilhão (da União) no combate anual de doenças causadas pelo esgoto doméstico. Dos R$ 23 bi necessários para o próximo orçamento, apenas R$ 4 bi estão previstos. Os prefeitos não podem abdicar desse desafio.

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