Na mão do centrão
Comissão Especial da Reforma da Previdência, instalada ontem de manhã pela Câmara dos Deputados, será comandada pelo Centrão. A presidência da comissão ficará com o deputado do PR da Amazônia, Marcelo Ramos, e a relatoria com o deputado do PSDB de São Paulo, Samuel Moreira. Presidente e relator integram 2 dos 13 partidos que já se manifestaram a favor de alterações no texto proposto pelo governo Bolsonaro. Mudanças no benefício pago a idosos carentes e na aposentadoria rural são criticados pelos parlamentares. A Comissão tem 49 deputados, e 40 deles definiram Ramos como presidente. “Foi uma decisão conjunta”, afirmou Maia ao comentar a definição dos nomes, ressaltando que havia muitos interessados nos cargos – foi eleito primeiro-vice-presidente o deputado Silvio Costa Filho (PRB-PE). “Espero que o relator consiga construir um sistema com sub-relatores, porque a demanda para ajudar é grande”, disse Maia, acrescentando que uma votação dessas é uma construção coletiva.” A articulação de Maia não deixa de ser mais uma queda de braços da Câmara com o governo. As cartas serão dadas pelos parlamentares que integram o Centrão, hoje formado por cinco partidos PP, PR, DEM, PRB, Solidariedade.
Simpatia
À Agência Estado, o presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos, afirmou que, embora não tenha simpatia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, vai trabalhar para que a proposta seja aprovada pelo colegiado ainda no primeiro semestre. "A minha antipatia pelo governo é menor do que a minha responsabilidade com a reforma. Não vou deixar milhões de brasileiros em necessidade. Todos sabem que eu não tenho simpatia por esse governo. Basta ver meu posicionamento", disse.
Pedido de suspensão
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), anunciou que parlamentares contrários à reforma da Previdência ingressaram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para suspender, por 20 dias, a tramitação do texto na Câmara. “A instalação desta comissão especial e a decisão sobre a admissibilidade da PEC podem ser anuladas”, afirmou.
BPC e rurais
A comissão especial analisará o mérito da proposta, podendo propor modificações. A aprovação da reforma exigirá pelo menos 25 votos favoráveis. Tanto o presidente como o relator integram 2 das 13 legendas que manifestaram intenção de alterar o texto. PR, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP, PSDB, Pros, Solidariedade, Cidadania, Patriota e Podemos, que somam hoje 293 deputados, apresentaram no mês passado um documento em que se posicionam contra as mudanças no Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos carentes e da aposentadoria rural previstas sugeridas pelo governo Bolsonaro.
Anorexia
Antes da reunião com Rodrigo Maia, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse acreditar que haverá mudanças no texto, mas a reforma da Previdência não pode terminar “anoréxica”, referindo-se ao distúrbio alimentar que leva a uma excessiva perda de peso. Se aprovada na comissão especial, a proposta de reforma da Previdência será analisada pelo Plenário da Câmara em dois turnos de votação. A aprovação exigirá pelo menos 308 votos. Caso isso aconteça, o texto seguirá para o Senado.
Gás veicular
A situação do gás veicular, que está faltando em Passo Fundo desde o começo do ano, deve ser resolvida nos próximos dias. Uma comitiva esteve ontem na Sulgás, em Porto Alegre e alguns pontos foram esclarecidos. Um deles, diz respeito a um laudo técnico que retira qualquer dúvida sobre as condições técnicas do posto do Boqueirão, que vendia o produto. O outro ponto é que a Rede de Postos Sim, que está interessada em manter a comercialização deste tipo de combustível, tem nos próximos dias prazo para comunicar se quer ou não continuar com o fornecimento do produto. Caso não queira, a alternativa será buscar outra bandeira. Cerca de 3 mil veículos convertidos para GNV estão sem abastecimento desde fevereiro. Participaram da audiência de ontem o secretário de Desenvolvimento, Carlos Eduardo Lopes da Silva, e o vereador Luiz Miguel Scheis.
Boa notícia
Não há uninimidade, mas para esta colunista a bela notícia de ontem foi o decreto presidencial acabando com o horário de verão. A mudança de horário causa mais estragos à saúde das pessoas do que economia propriamente dita.