CPERS anuncia paralisação dos professores na quinta-feira

Categoria diz que medida é contra o parcelamento e congelamento dos salários

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Em conversas anteriores, foi acordado que Leite receberia sindicato para categoria apresentar solicitaçõesEm conversas anteriores, foi acordado que Leite receberia sindicato para categoria apresentar solicitações
Em conversas anteriores, foi acordado que Leite receberia sindicato para categoria apresentar solicitações
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O Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) deve realizar em todo Estado uma paralisação nesta quinta-feira (02). A categoria exige do governo o pagamento dos salários e o não parcelamento, que já ultrassa os 40 meses. A estratégia, em caso de não pagamento no último dia do mês, no dia subsequente os professores devem cruzar os braços e ir às ruas. Na área de abrangência do 7º Núcleo Cpers, que abrange 25 municípios, são cerca de dois mil professores ativos e cinco mil aposentados. Só em Passo Fundo, são cerca de 800 professores ativos em sala de aula, e 200 funcionários administrativos.

 

De acordo com o diretor geral do 7º Núcleo, Orlando Marcelino da Silva Filho, no dia 12 de abril durante Assembléia Estadual, foi notificado ao governador sobre as paralisações. “Outra situação, nós vamos fechar o quinto ano consecutivo sem reajuste, somando as perdas inflacionárias em 28,78%. Então, como dia 1º de maio é feriado, nós vamos realizar na quinta-feira”, ressalta o diretor. Outra reinvidicação apresentada na audiência, é em relação a falta de professores e funcionários nas escolas, tornando-se necessário a realização de um concurso público. “Tem uma precarização grande do trabalho, de contratos temporários, e que está levando a uma desqualificação da educação”, acrescenta.

Nova reunião com a categoria foi marcada para o dia 13 de maio, desta vez, sem a presença do governador. No período, o impacto do pedido que envolve o vale-refeição será estudado pelas pastas envolvidas. “Como a gente já está vendo que o governo ameaça, ele já tirou licença-prêmio, ameaçou mexer no plano de carreira e aumentar a Previdência, então nós estamos mostrando para ele que nós não vamos aceitar a retirada de mais direitos. Nós queremos o que nos devem. O governo já sabia dessa situação e infelizmente estamos vendo que ele está querendo destruir mais a escola pública. O governo demostra insensibilidade e nós não temos outra saída a não ser reagir.”

 

Programação
Em Passo Fundo a paralisação deve iniciar a patir das 9h40min de quinta-feira (02), quando os professores e funcionários devem ir em direção à Praça da Cuia. Será realizado o recolhimento de assinaturas contra a Reforma da Previdência, com a denúncia do parcelamento e do congelamento dos salários. À tarde, o Conselho se reunirá às 14h no 7º Núcleo Cpers, localizado na Rua Antônio Araújo, 253 - Centro/Annes.


O que diz o Governo
O governador Eduardo Leite recebeu, na tarde de segunda-feira (29), a diretoria do Cpers/Sindicato. Em conversas anteriores, foi acordado que o governador Eduardo Leite receberia o sindicato para que a categoria pudesse apresentar as principais demandas. De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Schürer, além da reposição salarial das perdas inflacionárias, a outra pauta prioritária é a abertura de novos concursos públicos.

 

"Entendemos que uma mesa de negociação está sendo instalada, com a participação dos secretários, e isso faz com que tenhamos todos os elementos para discutir a questão seriamente", comenta Helenir. A presidente também entregou um documento solicitando que o valor do vale-refeição repassado à categoria não seja estornado da folha de pagamento. O pedido também foi feito à gestão passada, em janeiro de 2015.

 

O governador se mostrou sensibilizado com as dificuldades expostas pela presidente, mas explicou que, devido à situação financeira crítica do Estado, não é possível falar em aumento salarial. "Não termos essa possibilidade de reposição salarial não significa menor disposição ao debate. A demanda é legítima e justa, mas o foco do governo está em conseguir equilíbrio para voltar a pagar os salários dos servidores em dia, e acreditamos fortemente que isso será feito até o final do ano. Esse é nosso principal compromisso para este ano", explicou Leite.

 

O secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, trouxe números para detalhar o tamanho da dificuldade do RS. "Hoje, podemos dizer que 85% do orçamento estadual está destinado à folha de pagamento dos servidores", informou. As medidas que estão sendo tomadas, como a renegociação da dívida com a União e o adiamento do pagamento de precatórios, permitem que o atraso no repasse dos salários dos servidores seja menor.

 

Leite lembrou que essa primeira reunião, da qual participou, não significa que a negociação esteja esgotada. "Estamos inaugurando o processo de conversa. Estamos aqui para encontrar motivação para a categoria, mas é evidente que isso esbarra nas questões matemáticas", ponderou o governador. Leite afirmou que, embora a reposição solicitada, de 28,8%, seja impossível, o governo está aberto ao convencimento. “A conversa foi muito republicana. Nos abrimos ao diálogo, e queremos que o outro lado também esteja aberto”, destacou. 

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