A partir de toda uma reestruturação na forma de pensar o acolhimento, que iniciou ainda em 2013, hoje Passo Fundo tem mais crianças fora das casas de acolhimento, em contato com famílias através de programas e ações alternativas, do que nas próprias instituições.
O resultado impacta diretamente na vida das crianças e adolescentes acolhidos, como conta a secretária-adjunta de Assistência Social, Elenir Chapuis. “O acolhimento institucional, em casas organizadas pelo município, traz rompimento de vínculos e afastamento de todo aquele universo de pertencimento. Foi por isso que buscamos alternativas a isso, com viés menos traumático e que mantenha vínculos afetivos. É um impacto social de extrema importância para o município”, explica.
Toda essa mudança se deve a duas frentes: o programa Família Acolhedora, que conta com famílias habilitadas a acolher crianças e adolescentes; e o programa de Guarda Subsidiada, em que a criança ou o adolescente continuam em sua família de extensão como avós ou tios – que, por sua vez, recebem o subsídio e acompanhamento técnico. Essa última iniciativa não é considerada acolhimento em razão da criança ou do adolescente estar inserido no contexto familiar e de convivência comunitária.
No momento, há 28 acolhidos nas casas de acolhimento, 5 acolhidos na Família Acolhedora e 35 crianças ou adolescentes que permanecem no contexto familiar pela Guarda Subsidiada. Os dados contrastam com o ano de 2013, quando as primeiras mudanças foram implantadas: 97 crianças ou adolescentes divididos entre as três casas de acolhimento do município e a instituição conveniada do Lar Emiliano Lopes, que atuou até 2016.
Outra mudança em processo é a diminuição de três para duas casas de acolhimento no município, ação que foi acordada após avaliar as condições técnicas de reorganizar o espaço físico e manter os programas alternativos. “De acordo com os índices, o município encontra-se em situação de manter duas casas, os programas já citados e atender de maneira protetiva e humana nossas crianças e adolescentes, proporcionando assim o que o ECA prevê, mas também construindo um futuro seguro aos mudar conceitos de acolhimento”, destaca Elenir, que também ressalta a participação de toda a rede de assistência social e sistema de Justiça (Ministério Público, juizado e Conselho Tutelar) para tomar a decisão.
Alternativas para acolhimento que transformam
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