Balança comercial: Passo Fundo exporta U$ 65 milhões em abril

O indicador representa crescimento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado

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Com protagonismo da soja, Passo Fundo exportou U$ 65 milhões em abril de 2019, em torno de 17% a mais do que no mesmo período do ano passado. Com o valor das vendas ao exterior, o superávit do mês passado ficou em U$ 60,4 milhões. Porém, no acumulado do ano, o saldo ainda é menor do que o do ano passado. De janeiro a abril, o superávit está em U$ 91,3 milhões. No mesmo período do ano passado, o saldo era de U$ 141,1 milhões. Os dados são da Balança Comercial, disponibilizados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

 

A soja, o carro-chefe das exportações passo-fundenses, foi responsável por U$ 59,3 milhões em abril. No acumulado do ano, a venda do grão rendeu U$ 89,4 milhões. Nos primeiros quatro meses de 2018, a venda da oleaginosa era responsável por U$ 187,4 milhões. Já as carnes de frango, industrializados que possuíam lugar de destaque na balança comercial de Passo Fundo, não são vendidas ao exterior desde janeiro de 2019. No primeiro mês do ano, foram vendidos U$ 1,8 milhões com o produto. De janeiro a abril de 2018, haviam sido comercializados U$ 26,8 milhões com as carnes de ave.


A queda na venda do produto começou a ser registrada já no primeiro semestre de 2018. Passo Fundo registrou, nos primeiros seis meses do ano passado, queda de mais de 50% na exportação dos industrializados na comparação sazonal com 2017. O decréscimo na comercialização do produto foi sentido em todo o Brasil durante o ano passado. As retaliações internacionais surgiram a partir das operações que revelaram irregularidades no controle fitossanitário do produto.


Porém, um anúncio feito no fim de abril, pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, pode indicar melhoras para o setor. Segundo ela, a autoridade sanitária da Índia aprovou a primeira permissão de importação para carne de frango in natura brasileira, desde o acordo sanitário firmado entre os dois países, em 2008.

 

De acordo com o Mapa, a carne de frango é a proteína animal mais consumida na Índia e estima-se que esse mercado vá continuar crescendo a uma taxa de 7% a 8% ao ano. O crescimento se deve aos novos padrões de consumo moldados por maior urbanização e pelo aumento da renda da classe média. A expectativa do governo brasileiro é que as importações indianas aumentem na medida da expansão do mercado.


De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, as lideranças do setor trabalharam muito para alcançar o mercado indiano e esperam pelo seu crescimento. “Fizemos várias missões para lá. É uma nação com 1,2 bilhão de bocas e, praticamente, 400 mil já saíram do vegetarianismo e estão consumindo proteína animal. Mas consomem pouco. Há, sem dúvida, chance de crescer e melhorar, é um mercado complicado, mas é uma boa notícia”, disse.


Balança Comercial Passo Fundo
Mês/2019 Exportação Importação Saldo
Janeiro 37.605.613 20.461.013 17.144.600
Fevereiro 6.400.295 18.145.530 -11.745.235
Março 45.271.115 19.802.104 25.469.011
Abril 65.234.694 4.772.942 60.461.752

Acumulado 154.511.717 63.181.589 91.330.128


País exporta U$ 6 bi
A queda das importações fez a balança comercial registrar o segundo melhor resultado da história para meses de abril. No mês passado, o país exportou US$ 6,061 bilhões a mais do que importou em março, alta de 2,3% em relação ao resultado positivo de US$ 5,922 bilhões de abril de 2018. Esse foi o segundo melhor resultado da série histórica para o mês, só perdendo para abril de 2017 (US$ 6,963 bilhões). Com o resultado de abril, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula superávit de US$ 16,576 bilhões nos quatro primeiros meses de 2019, valor 8,7% inferior ao do mesmo período do ano passado.


No mês passado, as exportações somaram US$ 19,689 bilhões, com leve queda de 0,1% em relação a abril de 2018 pelo critério da média diária. As vendas de manufaturados cresceram apenas 0,8% na mesma comparação, com destaque para tubos flexíveis de ferro ou aço (R$ 0 para R$ 148 milhões), máquinas e aparelhos agrícolas (208,3%), partes de motores e turbinas para aviação (116,9%) e torneiras, válvulas e partes (99,7%).


As exportações de produtos básicos subiram 2,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para algodão bruto (145,2%), carne suína (51,4%) e carne bovina (48,1%). As vendas de semimanufaturados aumentaram 7,1%, puxadas pela alta nas exportações de açúcar bruto (25,8%), celulose (25,2%) e ferro-ligas (23,7%). Apenas as operações especiais, como consumo dentro de portos, registraram queda, puxando para baixo o desempenho das exportações.


O principal fator responsável pela queda do saldo comercial, no entanto, foram as importações, que somaram US$ 13,628 bilhões, com retração de 1,2% em relação a abril do ano passado pelo critério da média diária. As compras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) caíram 10%.


As importações de bens de consumo caíram 6,6%. As compras de bens intermediários recuaram 0,2%. Apenas a importação de combustíveis e lubrificantes aumentaram 10,4% na mesma comparação, decorrente principalmente da valorização do petróleo no mercado internacional.
Depois de o saldo da balança comercial ter encerrado 2018 em US$ 58,959 bilhões, o segundo maior resultado positivo da história, o mercado estima um superávit menor em 2019 motivado principalmente pela recuperação da economia, que reativa o consumo e as importações.


Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado preveem superávit de US$ 50 bilhões para este ano. O Ministério da Economia projeta superávit de US$ 50,1 bilhões para o saldo da balança comercial em 2019.

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