Apesar da preocupação com a diminuição no orçamento para as pesquisas do censo demográfico 2020, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as informações extraoficiais apontam que Passo Fundo deve receber novos recenseadores, responsáveis pelo trabalho de coleta de dados nas casas dos brasileiros. A estimativa é que se tenha um recenseador para cada mil habitantes. No caso, o município deve receber cerca de 200 pessoas para realizar o trabalho.
De acordo com o coordenador da agência do IBGE de Passo Fundo, Jorge Bilhar, no edital lançado ficou estabelecido que 253 mil pessoas irão trabalhar no censo em todo país. Porém, ainda não foi definido o número de vagas para cada estado, região e município. "Isso logo deve sair no edital aonde será realizado o processo seletivo, que além do recenseador, vai ter agente municipal, supervisor e coordenadores, que são exigidos na megaoperação do censo demográfico 2020. Não sei se será esse quantitativo, ou vai ser mais ou poder ser menos", pontua.
O número ainda não é correto, pois o processo depende da questão orçamentária do Instituto. No início do mês, a possibilidade de redução do orçamento da pesquisa em 25% foi noticiada pela mídia. A previsão inicial do instituto era de gastar R$ 3,4 milhões. Segundo Bilhar, ainda não há informação de onde será realizado a redução do orçamento. "Desde que tenha dinheiro que possa cumprir com a meta e exercer as tarefas do censo." Em razão disto, está em análise outras formas para contornar a situação. Dentre elas, a diminuição do questionário e das perguntas.
Bilhar ressalta ainda, que apesar das incertezas em relação aos cortes orçamentários e aos novos recenseadores, o IBGE continua trabalhando normalmente. No momento, está sendo realizado a cartografia para atualizar os setores, o mapeamento através das imagens de satélite e a atualização do questionário eletrônico. Além disso, o obstáculo maior da agência, é na realização do Cadastro Nacional de Endereço do município. "A grande dificuldade que o agente tem no centro é ingressar nos prédios e pegar o nome do morador para ter contato futuramente", acrescenta o coordenador.
Para que serve o censo?
Hoje, o levantamento da população está de acordo com os dados oficiais do IBGE, em levantamento realizado em 2010. O restante são estimativas do ano passado. "Passo Fundo se caracteriza efetivamente com mais de 200 mil habitantes, e com o censo ia complementar, afirmar esse dado. É fundamental para fazer os projetos", resume Bilhar.
É no censo que se define as políticas públicas em nível de município, estado e Brasil. Os investimentos e as iniciativas privadas são baseados nesta pesquisa. "Como vamos decidir os gastos dos hospitais, da educação, dos projetos sociais, habitação? Como alguém vai investir em Passo Fundo sem saber o perfil da população? Tem que ter um dado oficial. É um momento que vai repercutir na vida do cidadão." Para além disto, o censo demográfico analisa as condições da população - saneamento básico, trabalho, faixa etária e grau de instrução. A expectativa do IBGE é que haja um consenso entre os gestores públicos a nível federal e a nível de município.