Iniciou ontem a obra de ampliação da Unidade de Emergências Médicas do Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF). O projeto é estimado em R$ 12 milhões e terá um prazo de dois anos e meio para ser concluído. O administrador da unidade hospitalar, Luciney Bohrer, disse que, por ora, o HCPF já conseguiu angariar os primeiros R$ 4 milhões do total previsto. Eles foram obtidos através de doações da iniciativa privada.
"O principal objetivo dessa ampliação é melhorarmos nosso espaço físico, sobretudo para os atendimentos da cardiologia, neurologia e emergência pediátrica, que vêm em uma crescente bastante acentuada. Não se trata apenas de uma mudança física, mas também de um atendimento ainda mais humanizado. O projeto já captou um valor pouco acima de R$ 4 milhões junto a comunidade e, durante o andamento das obras, iremos captar o restante do montante. Tudo através de doações" explica Luciney.
Nesse contexto, os recursos também devem contemplar reformas na estrutura da radioterapia, que fica localizada no andar abaixo da emergência. À estes investimentos, somam-se, ainda, a compra de novos equipamentos.
Em números
Atualmente, a emergência do HCPF conta com 900 metros quadrados de área. Com a ampliação, o espaço deve aumentar para 2.183 metros quadrados. A remodelagem da estrutura física também irá aumentar o número de leitos em algumas especialidades: os leitos de emergência passarão de três para 12; a Unidade de Dor Torácica (UDT) e AVC, passará de cinco para oito leitos; e a emergência pediátrica ganhará três leitos.
"Quem conhece a história do HCPV, sabe que a unidade hospitalar vem sendo reformada e modernizada em várias áreas. E nós tínhamos uma dívida com a comunidade para que o serviço de emergência fosse adequado a essa nova realidade. Agora, chegou a vez de realizarmos essas melhorias. Quando finalizarmos o projeto, aqueles que buscam nosso atendimento terão a noção de que o hospital, mais do que nunca, estará preparado para receber situações de urgência e emergência - destaca Luciney.
Como ficam os atendimentos
Conforme explica Luciney, durante o período em que a obra estiver em andamento, o atendimento à comunidade não será comprometido. "A ideia é que a população nos ajude, buscando atendimento conosco somente em situações de urgência e emergência, e não para realizar consultas. O que queremos deixar bem claro é que o HCPF não vai parar de atender", salienta.
Por se tratar de uma obra em um hospital, ela será conduzida por partes. Dessa maneira, a medida em que o projeto for avançando, as salas de atendimento serão realocadas. "Poderíamos finalizar essa obra na metade do prazo indicado, entretanto, mexer na estrutura de uma emergência e mantê-la em funcionamento irá nos exigir um tempo a mais, pois teremos que conduzir esse trabalho aos poucos. Ninguém será prejudicado, mas teremos que realocar os atendimentos", complementa o diretor do HCPF.
Por dia, a emergência do HCPF realiza cerca de 150 atendimentos. Eles são ofertados nas seguintes especialidades: urologia, neurologia, traumatologia, cirurgia geral, cirurgia clínica, cardiologia, psiquiatria, nefrologia, oncologia, cirurgia toráxica, pneumologia e pediatria. Apesar do aumento na estrutura física, não há a expectativa de contratação de novos servidores.
Melhorias
O projeto de reforma e ampliação da Emergência do HCPF teve início há cerca de um ano quando a unidade hospitalar de Passo Fundo e outras nove instituições hospitalares do país foram selecionadas para participar do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
O Proadi-SUS é conduzido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e consiste na implementação de projetos por meio de avaliações e consultorias periódicas realizadas pelo Comitê Gestor do Proadi-SUS.
O plano de ampliação da emergência foi apresentado ao ministro da saúde no início do mês de abril por uma comitiva de representantes da direção médica e administrativa do HCPF e da prefeitura de Passo Fundo. Desde então, a instituição passou por uma série de avaliações para que a inclusão do projeto no Proadi-SUS fosse possível.