O Dia das Mães, considerado pelo varejo nacional o Natal do primeiro semestre, registrou em média um aumento de 5% nas vendas no município, em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa para este ano era positiva já que em 2018 houve o crescimento de 4% em relação ao ano retrasado. Apesar da movimentação no comércio, o consumidor ainda continua cauteloso. “Isso se deve a insegurança que o país está vivendo, de modo geral há um índice de desemprego e as pessoas estão mais inseguras, para não comprometer a renda familiar”, pontua a presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), Carina Sobiesiak.
Os itens mais procurados para presentear as mães foram, em primeiro lugar, o vestuário. A chegada dos dias mais gelados favoreceu a compra das peças de inverno. Em seguida, calçados, acessórios e perfumaria estão entre os preferidos do cliente. “Tivemos uma expectativa boa por dois motivos: a própria data e o grande valor simbólico dela e o clima, que tende a ser mais frio a partir do inicio de maio”, destaca a presidente. O tícket médio, ou seja, valor que cada consumidor gasta nos presentes, estava mais baixo, cerca de R$ 100. Segundo Carina, neste ano acabou ocorrendo uma divisão nas vendas, devido aos dois grandes empreendimentos na cidade, inaugurados ano passado. “Se sentiu um impacto, porque tinha mais opções de loja, mais concorrência. Foi o primeiro dia das mães com estes empreendimentos.”
Gasto médio de R$ 180 no estado
Os gaúchos gastaram, em média, R$ 180,37 para homenagear as mães pela data comemorativa no início de maio. Na comparação com a mesma ocasião em 2018, os números foram mais otimistas, quando o investimento médio pessoal foi de R$ 171,27. Na pesquisa, os homens estavam entre os mais dispostos a gastar, R$ 207,61 em média, e a comprar mais, cerca de 1,23 presente, enquanto as mulheres ficaram cautelosas, com um gasto pessoal médio de R$ 149,67 e 1,02 presente. Os dados são da Pesquisa de Dia das Mães 2019, divulgada pela Fecomércio-RS.
Apesar do tícket médio mais elevado, a expectativa de vendas foi inferior a apresentada no município – incremento de 2%. Os itens de vestuário e perfumes/cosméticos estão entre os mimos que concentram maior interesse dos filhos, com 44,7% intenções de compra e 17,7%, respectivamente. Em terceiro lugar estão os eletroeletrônicos/eletrodomésticos, escolha de 13,2% das pessoas ouvidas. Este último é o que se diferencia em relação ao ano passado, quando os calçados estavam na terceira colocação. Neste ano figuram em quarto lugar, com 11,4%. A movimentação financeira prevista para o Estado ficou entre R$ 390,7 milhões e R$ 402,6 milhões.
Vendas a prazo cresceram no período
No país, o volume de vendas a prazo na semana anterior ao Dia das Mães – entre os dias 5 a 11 de maio – apresentou uma pequena alta de 0,11% na comparação com o mesmo período do ano passado. Este ano, mais da metade, 65%, dos consumidores planejavam pagar os presentes à vista em vez de parcelar as compras. Em 2018, as vendas haviam crescido 4,36%, após acumularem três anos consecutivos de queda: -0,91% (2017), -10,88% (2016) e -2,82% (2015), respectivamente. Os dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o resultado reflete o cenário de dificuldades para a consolidação da retomada da economia. “Ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados, o que de certa forma vem frustrando a expectativa de uma recuperação mais forte no volume de vendas em datas comemorativas. E esse crescimento tímido nos resultados do Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio, não foi suficiente para retornarmos ao patamar de crescimento anterior à crise econômica”, destaca Pellizzaro Junior. A estimativa foi de uma movimentação financeira de R$ 9,7 bilhões.