A mais violenta iniquidade que abalou nossa história perdurou três séculos sangrentos, no Brasil. Esta realidade nacional vem desvendada a passos largos pelos estudiosos, sociólogos e historiadores honestos. A letargia de governos manipulados pelas oligarquias, - desde as capitanias hereditárias até os primórdios da República -, mantiveram a escravidão sob o escabelo imundo da lei. As instituições civis e religiosas, que deveriam ser sagradas na missão de proteger o ser humano, pactuavam flácidas. Os redutos de humanidade contra a escravidão eram proclamados insidiosos e perseguidos pelo poder oficial. Clamar por liberdade era considerado ofensa ao poder. Seguiram-se os séculos de sofrimento atroz a começar com as vítimas nativas, onde índios eram assassinados e índias estupradas pelos ferozes conquistadores. Filhos do mesmo Deus foram rejeitados por uma sociedade falsa que vicejou sob uma cultura de poder, tão torpe e duradoura que ainda encontra reflexos em nossos tempos. A partir da metade do século XVIII o abominável mercantilismo de estado não segurava mais a reprimida ideia de igualdade mínima. Sucederam-se abolições de escravatura nos Estados Unidos, iniciando em Vermont e Pensilvânia, países europeus e da América Latina, como no Paraguai. No Brasil, somente em 1888. O último a proclamar a libertação dos escravos. Após a Lei Áurea os campos de trabalho forçado continuaram transpirando a relva cruenta de mulheres e homens ultrajados, roubados da África, de suas tendas onde viviam livres. Inocentes pagaram com a vida e liberdade pelo direito de viver. E tem gente que não se importa com isso, entregando-se ao motivo absorto de não ter vivido aqueles anos de insana peculiaridade.
Busca da igualdade
A dolência moral tem feito escola na relativização do período deste crime hediondo praticado no Brasil escravocrata. Quando se fala em liberdade e igualdade não se trata do vício maniqueísta vulgarizado pela mídia retardatária. Não se trata de cifras manipuladas. Trata-se do respeito que devemos a todos, indistintamente. A dignidade! A propósito, o poeta, jornalista e sociólogo, Jose Hernandez, no verso 1067 (Martin Fierro – em 1872) deduz respeito ao negro: “Dios hizo al blanco y al negro/ Sin declarar los mejores;/ Les mandó iguales Dolores/ Bajo de una mesma cruz;/ Mas tambien hizo la luz/ Pa distinguir los colores”. O ideal político que busca a liberdade e igualdade, não é comunismo como dizem ignotos idiotas. É direito de ser.
Mulher e mãe
Celebramos no domingo, o dia das mães. Por mais bucólico que alguém possa considerar, é grande, maravilhoso este mistério sagrado da vida. E, novamente, recorre-se a Hernandez, pensador argentino que ilustra a grandeza desta natureza: “No se allará uma mujer/ A lo que esto no le cuadre;/ Y alabo al Eterno Padre,/ No porque las hizo bellas,/ Sinó porque a todas ellas/ Les dió corazon de madre.”
Ponte
O empresário e ex-deputado Luís Roberto Ponte é uma reserva de competência e sensatez política. Vejam! Ele acredita que o RS precisa recriar o aproveitamento e aprimoramento do carvão. Aqui estão as principais jazidas propícias ao processo tecnológico carboquímico. É lideranças que precisa ser ouvida, pela seriedade e competência.
Coaf
A pressão pela redução do Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras, hoje vinculado ao Ministério da Justiça, configura-se cada vez mais como defesa dos envolvidos em corrupção. Como vai terminar isso, não se sabe. O certo é que continuará a força de setores comprometidos do Congresso para inibir a fiscalização. Hoje é dever do Coaf denunciar eventuais irregularidades, e seria prevaricação omitir-se. Querem mudar isso!
Catástrofe
O ministro Paulo Guedes usou termos fatais para definir a situação financeira da Previdência. Já está insustentável e prestes a afundar as finanças do país. Aponta a reforma previdenciária como equação. A arrecadação em queda reflete imediatamente nos cofres públicos. A redução salarial não melhorou a empregabilidade. Só a renda do trabalhador da produção pode reanimar nossa economia.