OPINIÃO

Cafrunis, Veríssimos e Fernandos

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Houve Cafrunis, houve Veríssimos e há Fernandos. Foi pelo idealismo do jornalista Jorge Edeth Cafruni, pela perseverança do médico Pedro Ari Veríssimo da Fonseca e pela capacidade do empresário Fernando Miranda em agregar pessoas em prol de uma causa que o Instituto Histórico de Passo Fundo, criado a 15 de abril de 1954, pode, na última segunda-feira (13/05/2019), realizar uma sessão solene comemorativa aos 65 anos de atividade, configurando-se, entre os congêneres, como o mais antigo ainda em funcionamento no interior do Estado.


A ideia de um Centro de Estudo Histórico Pró-Centenário de Passo Fundo começou a ser gestada pelo jornalista Jorge Edeth Cafruni, em 1953, nas páginas de O NACIONAL. A cidade vivia a expectativa de comemoração do seu primeiro centenário. Cafruni angariou o apoio de lideranças políticas e empresariais e de personalidades de reconhecidos méritos na sociedade local, caso do historiador Francisco Antonino Xavier e Oliveira, em favor dessa causa. Venceu! A semente vingou. E, a 15 de abril 1954, o Centro de Estudo Histórico Pró-Centenário de Passo Fundo, realizava, na sede da Faculdade de Direito, na Avenida Brasil, a sua primeira reunião, cujos membros presentes, acataram, de plano, a transformação de Centro de Estudo Histórico em Instituto Histórico. E assim se deu, com a primeira diretoria sendo constituída, sob a presidência do Dr. Reissoly José dos Santos e tendo Jorge Edeth Cafruni como secretário. Estava criado o Instituto Histórico de Passo Fundo. Uma instituição sem fins lucrativos que congregava os interessados na história local e regional. Entre os seus principais objetivos, estimular, auxiliar e propor medidas para assegurar estudos históricos. Além de coletar documentos e acervos, tornando-os acessíveis à comunidade.


Chegou o ano do primeiro centenário de Passo Fundo, 1957, e o Instituto Histórico, presidido por Jorge Edeth Cafruni, se envolveu ativamente nos festejos. Cabe menção, a inauguração, no dia 7 de agosto, do busto de Joaquim Fagundes dos Reis, no Boqueirão, e do túmulo dedicado ao patriarca, às margens da Rodovia BR 285.


Chegados os anos 1960, depois da efervescência das comemorações do primeiro centenário, o Instituto Histórico de Passo Fundo viveu tempos de esmorecimento. Passou por períodos de inatividade e, sob o chamamento de Cafruni, viveu tempos de renascimento. Em maio de 1970, reuniram-se os sócios remanentes, para repensar o futuro da agremiação, que estava, praticamente, inativa desde 1966. É quando entram em cena Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, Antônio Carlos Machado, Delma Rosendo Ghem e Alberi Falkembach Ribeiro. O entusiasmo dura alguns anos, mas não tantos quanto se esperava. Em 1975, novos tempos de letargia. Retorna em 1982, mas praticamente sem atuação digna de menção. Até que, em 2007, o ano do sesquicentenário de Passo Fundo, Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, escudado por Alberi Falkembach Ribeiro, decidiu reestruturar o Instituto Histórico. Novos membros foram incorporados. Foi assinado um convênio com a Fundação Universidade de Passo Fundo e o acervo colocado sob a guarda do Arquivo Histórico Regional, que digitalizou e disponibilizou os documentos para a pesquisa. Virou entidade de utilidade pública municipal.


Em 2013, tem início a fase contemporânea do Instituto Histórico de Passo Fundo. Assumiu a presidência da agremiação o empresário e historiador Fernando Miranda. Sobrevém as comemorações dos 60 anos (2014), a conquista, pela magnanimidade da família Carlos e Celina Madalosso, da sede própria, inaugurada no dia 15 de abril de 2017, e a sua integração ao Espaço Cultural Roseli Doleski Pretto. Novos projetos (Museu a Céu Aberto, por exemplo), ampliação do acervo, publicações e um novo convênio com A Fundação Universidade de Passo Fundo para albergar estágios de acadêmicos do curso de História da UPF. Novos sócios e, enfim, novos tempos. E se um dia houve Cafrunis e Veríssimos e, no presente, há Fernandos, oxalá, no futuro, sejam tempos de Djiovans.

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